"Condeno veementemente o ataque brutal que faz parte de um padrão angustiante de ataques contra Elena Milashina", afirmou, em comunicado, a ex-secretária de Estado portuguesa dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
Elena Milachina, do jornal independente Novaya Gazeta, foi hospitalizada depois de ter sido violentamente espancada na República russa da Chechénia, indicou hoje a organização não-governamental russa de defesa dos direitos humanos Memorial.
A jornalista, que se deslocou à Chechénia para assistir à leitura da sentença de Zarema Musáeva, mãe de ativistas chechenos acusada de fraude e agressão a um polícia, foi espancada por um grupo de homens encapuzados, segundo o Novaya Gazeta, jornal ilegalizado na Rússia e conhecido pela cobertura crítica e pelas investigações sobre assuntos políticos e sociais.
Elena Milachina, especialista em temas de direitos humanos, não vive na Rússia desde fevereiro de 2022, altura em que abandonou o país devido a ameaças das autoridades chechenas.
No comunicado, a portuguesa Teresa Ribeiro lembrou que a jornalista já tinha sido agredida na Chechénia em fevereiro de 2022 e ameaçada de morte em abril do mesmo ano.
A representante para a Liberdade dos Media da OSCE reiterou ser essencial que os jornalistas possam desempenhar o seu trabalho sem medo da violência e da intimidação.
Teresa Ribeiro espera que "as autoridades russas façam tudo o que esteja ao seu alcance para levar os responsáveis" pelas agressões "à justiça".
A OSCE, organização formada por 57 Estados-membros, incluindo Portugal, visa alcançar e manter a estabilidade, paz e democracia.
Com sede em Viena, na Áustria, a OSCE encontra-se atualmente paralisada como instituição devido aos vetos exercidos por dois Estados-membros, a Rússia e a Bielorrússia, aliados na guerra contra a Ucrânia.
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