O grupo dos socialistas francófonos (PS) disse hoje que embora considere que "os elementos fornecidos nos últimos dias pela ministra ainda não permitiram recuperar a confiança" nela, não quer prolongar a atual crise, noticiou a agência belga, citada pela Efe.
Os socialistas responsabilizam a ministra e o seu partido (o partido liberal francófono - MR) pela atual situação e pedem a Lahbib que "tire conclusões" desta falta de confiança, no que foi entendido como uma forma de a convidar a demitir-se.
Esta quinta-feira a Câmara dos Deputados belga deverá votar em plenário as moções apresentadas depois de a ministra ter sido interpelada sobre o tema, que mergulhou numa crise a coligação que governa o país (conhecida como "Vivaldi") e que envolve sete partidos de quatro famílias políticas.
Nos últimos dias, o partido nacionalista flamengo N-VA e o partido de extrema-direita Vlaams Belang apresentaram moções a pedir a demissão da ministra, enquanto os liberais francófonos do MR e os flamengos (Open Vld) apresentaram uma moção distinta, considerando que o incidente está encerrado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros é responsável pela emissão de vistos para a entrada de estrangeiros na Bélgica, razão pela qual a chefe da diplomacia belga teve de dar explicações sobre a visita da delegação iraniana já por três vezes.
Recorde-se que há algumas semanas a cidade de Bruxelas recebeu o presidente da Câmara de Teerão, Alireza Zakani, apesar de a posição do Governo belga que se opôs à visita do iraniano, numa altura em que o Irão detém e executa vários cidadãos europeus.
Zakani, que também copreside à rede internacional de cidades Metropolis, chegou a Bruxelas em meados deste mês para participar na Brussels Urban Summit 2023, mas a sua presença gerou críticas por parte de vários dirigentes políticos, depois de o trabalhador humanitário Olivier Vandecasteele ter passado 455 dias numa prisão iraniana.
Preso em fevereiro de 2022, Vandecasteele chegou à Bélgica em maio último, após uma longa negociação entre o Governo belga e o regime iraniano.
O polémica que se gerou em torno da visita já levou a demissão secretário de Estado da Região de Bruxelas, Pascal Smet.
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