Um restaurante no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, foi condenado a pagar 140 mil dólares (cerca de 128 mil euros) aos seus 35 trabalhadores por salários em atraso, danos e prejuízos após contratar um falso padre para fazer os funcionários admitirem os seus "pecados" no local de trabalho.
O caso foi divulgado pelo Departamento de Trabalho dos EUA e citado pelo NBC New York, que descreveu o episódio como “um dos mais vergonhosos" entre as investigações já feitas sobre intimidação em ambiente de trabalho.
A Che Garibaldi Inc., proprietária de três lojas da Taqueria Garibaldi na Califórnia, terá contratado uma pessoa identificada como um falso sacerdote que tinha como função perguntar aos funcionários, durante o horário de trabalho, quais os pecados que tinham cometido contra a loja.
Um funcionário relatou que o padre perguntou se os trabalhadores tinham roubado o local de trabalho, se se tinham atrasado para o turno, feito algo para prejudicar o empregador ou se tinham más intenções em relação à administração. O problema é que as informações seriam posteriormente enviadas para os próprios donos da empresa, que usariam as informações para coagir ou demitir funcionários.
A condenação do tribunal integra a investigação do departamento começada em 2001, que descobriu ainda que o restaurante negava o pagamento de horas extras, que os gerentes recebiam ilegalmente as gorjetas dos funcionários e que eram feitas ameaças com "consequências adversas de imigração" no caso de cooperarem com as investigações.
"Sob juramento, um funcionário da Taqueria Garibaldi explicou como o restaurante ofereceu um suposto padre para ouvir os seus 'pecados' no local de trabalho, enquanto que outros funcionários relataram que um gerente alegou falsamente que questões de imigração seriam levantadas pela investigação do departamento se falassem", referiu o procurador regional do trabalho, Marc Pilotin
Como resultado, o tribunal ordenou que Che Garibaldi Inc. e os proprietários e operadores Eduardo Hernandez, Hector Manual Martinez Galindo e Alejandro Rodriguez pagassem 140 mil dólares (cerca de 128 mil euros) aos seus 35 trabalhadores por salários em atraso, danos e prejuízos.
O tribunal também ordenou que a Taqueria Garibaldi não tomasse nenhuma medida para impedir os funcionários de lutar pelos seus direitos, interferir em qualquer investigação do departamento ou demitir, ameaçar ou discriminar qualquer funcionário que tenha falado com as autoridades.
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