Atenas ignorou oferta de assistência aérea feita pela Frontex

O governo grego ignorou uma oferta de assistência aérea feita pela agência europeia de fronteiras (Frontex), antes do naufrágio da embarcação com migrantes, que causou 82 mortes e o desaparecimento de centenas de outras pessoas ao largo da Grécia.

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Lusa
26/06/2023 22:58 ‧ 26/06/2023 por Lusa

Mundo

Migrações

A informação foi obtida junto da Frontex.

O naufrágio da embarcação sobrelotada levantou numerosas questões sobre a cadeia de responsabilidades.

"A Frontex tinha oferecido um apoio aéreo suplementar às autoridades gregas em 13 de junho, mas não recebeu qualquer resposta", afirmou o serviço de imprensa da Frontex, baseada em Varsóvia, interrogada pela AFP.

Antes, o centro de coordenação italiano (MRCC) tinha ordenado às 08:33 horas ao avião Frontex que procurasse o navio. A embarcação foi detetada às 09:47 GMT (10:47 de Lisboa), segundo a Frontex.

"O avião acompanhou o barco de pesca durante 10 minutos antes de ter sido obrigado a regressar para reabastecer", indicou a Frontex.

Há 10 dias, a Frontex já tinha indicado que tinha proposto aos gregos o envio de um drone para patrulhar acima do Mar Egeu.

Porém, as autoridades deram como instrução a deslocação deste drone para uma outra situação, no sul da Grécia, onde estavam 80 pessoas em perigo, ainda segundo a Frontex.

Na noite de 13 para 14 de junho, um pesqueiro vetusto e sobrecarregado, proveniente da Líbia, naufragou ao largo das costas da península do Peloponeso, na Grécia, na rota migratória mais perigosa do mundo.

O naufrágio mortal, apresentado como um dos mais graves com migrantes no Mediterrâneo, causou pelo menos 82 mortos. Mas a Organização Mundial das Migrações e o Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados estimam que estavam entre 400 a 750 pessoas na embarcação.

Centenas vinham do Paquistão, em particular das províncias do Punjab e de Caxemira.

Segundo um levantamento das autoridades gregas, entre os resgatados estão 47 sírios, 43 egípcios, 12 paquistaneses e dois palestinianos.

Leia Também: Grécia vai hoje a votos após campanha dominada por migrações e economia

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