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RCA. Governo pede maior capacitação da Minusca para travar grupos armados

A ministra dos Negócios Estrangeiros da República Centro-Africana (RCA), Sylvie Baipo Temon, reiterou hoje o pedido por uma maior capacitação da missão de paz da ONU no país (Minusca), visando "diminuir as capacidades mortíferas dos grupos armados".

RCA. Governo pede maior capacitação da Minusca para travar grupos armados
Notícias ao Minuto

06:56 - 21/06/23 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

"A missão de paz está a completar 10 anos...10 longos anos em que os inimigos perpetraram os crimes mais atrozes e continuaram a perpetrar crimes horrendos. Já é tempo de os frutos do trabalho serem vistos e apreciados pelas pessoas que têm suportado ataques recorrentes de grupos armados", disse a ministra numa reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Minusca.

"Nesse sentido, a RCA reitera a necessidade de agir para dotar a missão de capacidade para diminuir as capacidades mortíferas dos grupos armados e, assim, restaurar a confiança no governo, na realização do trabalho necessário para a reconstrução", acrescentou.

Sylvie Baipo Temon comentou o mais recente relatório da ONU sobre a Minusca- missão que Portugal integra desde 2017-, avaliando que o conteúdo é "significativo e apreciável", uma vez que reflete o progresso na RCA, embora "apresente algumas incoerências e lacunas", disse.

De acordo com a governante, o objetivo do seu Governo é estabilizar o país a fim de "garantir condições propícias para o seu florescimento", mas reconheceu que as condições de segurança no país permanecem "voláteis e, portanto, imprevisíveis".

A ministra disse tratar-se de uma consequência das ações dos grupos armados, da desinformação, discursos de ódio e retóricas de divisão que proliferam no país.

Considerou ainda as redes de abastecimento de armas um dos maiores problemas do país, algo que "deveria ser motivo de grande preocupação para o Conselho de Segurança e para o Alto Comissariado dos Direitos Humanos".

Em relação às graves denúncias de exploração e abuso sexual por parte de uma unidade militar tanzaniana da Minusca - que levaram a ONU a repatriar 60 militares -, Sylvie Baipo Temon indicou que o Governo da RCA solicitou à missão da ONU uma melhor coordenação e colaboração durante as investigações.

A governante queixou-se ainda das "injustas sanções" impostas ao seu país, as quais estão a impedir a RCA de "garantir a segurança da sua população", referindo-se ao embargo de armas imposto ao país.

"O nosso povo é muito resiliente, mas foi deixado por conta própria por demasiado tempo para suportar ataques e crimes perpetrados por grupos terroristas com equipamentos militares sofisticados", argumentou.

Na reunião de hoje em Nova Iorque esteve também presente a secretária de Estado das Relações Exteriores de Angola, Esmeralda Mendonça, que manifestação preocupação com as implicações da crise no Sudão na estabilidade na região, nomeadamente pelo aumento de grupos armados, do tráfico de armas e do agravamento da situação humanitária decorrente do fluxo de refugiados.

De acordo com números da ONU, cerca de 14.000 refugiados já chegaram à RCA vindos do Sudão, resultado do conflito que eclodiu em abril e que opõe o exército sudanês ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

Para Esmeralda Mendonça, esses fatores representam sérios riscos para o processo de paz em curso na RCA.

A secretária de Estado angolana aproveitou ainda para reiterar os apelos pelo levantamento total do embargo de armas imposto à RCA.

"Todos os Estados têm o direito de construir capacidade institucional para se defenderem contra ameaças externas e internas, dotando as forças de defesa e segurança de pessoal, armamento e equipamento para responder às suas necessidades e desafios", defendeu.

Leia Também: RCA. "Capacetes azuis" tanzanianos vão ser repatriados por crimes sexuais

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