Uganda deteve 20 pessoas por ataque a escola pelos rebeldes das ADF

As autoridades do Uganda detiveram hoje 20 suspeitos de terem colaborado com rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) no ataque a uma escola no distrito de Kasese, na semana passada, no qual morreram 42 pessoas.

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© AFP via Getty Images

Lusa
19/06/2023 19:53 ‧ 19/06/2023 por Lusa

Mundo

Uganda

"Detivemos 20 presumíveis colaboradores das ADF, uma milícia islamista que se comprometeu a aliar-se ao grupo Estado Islâmico", disse o porta-voz da polícia ugandesa, Fred Enanga, numa conferência de imprensa citada pela agência France-Presse.

Pelo menos 42 pessoas foram mortas na noite de sexta-feira no oeste do Uganda, a maioria estudantes, atacadas com catanas, mortas a tiro ou queimadas vivas, de acordo com um novo relatório da polícia, divulgado hoje.

O porta-voz da polícia ugandesa disse também que o líder do estabelecimento e o diretor da escola secundária de Lhubiriha em Mpondwe, perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo), tinham de "responder a certas perguntas", sem especificar se estavam entre os detidos.

Seis pessoas feridas no ataque ainda estão hospitalizadas, disse Fred Enanga.

A conferência de imprensa surge horas depois de o comissário distrital de Kasese, Joe Walusimbi, ter dito que as três detenções então anunciadas resultaram de informações recolhidas através do trabalho das forças de segurança com os residentes da zona, noticiou o jornal ugandês "Daily Monitor", citado pela agência de notícias Efe.

"Prendemos três pessoas e as investigações estão a decorrer. Não posso dizer se são ugandeses ou não. Diremos quando as investigações terminarem, mas, por enquanto, as forças do exército ugandês ainda estão à procura desses rebeldes", disse.

O Presidente ugandês elevou também o número de mortos no ataque para 42, dos quais 37 são estudantes da escola. Entre as vítimas, há 17 que estão completamente irreconhecíveis e que necessitarão de testes de ADN para serem identificadas.

O diretor da escola, Muhindo Raimon, disse que 16 estudantes estão também desaparecidos e que se receia que possam ter sido raptados pelas ADF. As autoridades também aprovaram o reforço da segurança em locais públicos, incluindo escolas e igrejas.

O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, afirmou que o ataque demonstra as ações "desesperadas e cobardes" das ADF e prometeu que o exército continuará a perseguir os rebeldes na vizinha RDCongo, onde está envolvido em operações conjuntas para fazer face à ameaça que o grupo representa.

As ADF, um grupo ugandês criado na década de 1990, particularmente ativo no leste da RDCongo e responsável pela morte de centenas de civis nessa parte do país, pode estar a tentar voltar a operar no Uganda, de onde se retirou em 2003 após uma série de operações militares que reduziram drasticamente a sua capacidade de realizar ataques no país.

O grupo separou-se em 2019 depois de Musa Baluku - sancionado pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos da América - ter jurado fidelidade ao grupo fundamentalista Estado Islâmico na África Central (ISCA), sob cuja bandeira tem operado desde então.

A RDCongo e o Uganda assinaram, em dezembro, um acordo de defesa para a realização de operações conjuntas no leste da RDCongo.

Leia Também: Uganda anuncia três detenções por ataque a escola pelos rebeldes das FDA

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