No dia em que o mundo inteiro assistiu a marchas de orgulho LGBTI+, as autoridades policiais de uma cidade na Coreia do Sul protegeram no sábado o evento das próprias entidades autárquicas, que tentaram cumprir as ordens do presidente da câmara de travar a realização da marcha.
A polícia e os oficiais entraram mesmo em confrontos na cidade de Daegu, no sudeste do país, com os primeiros a removerem à força os disruptores e a permitirem que a marcha fosse retomada.
Segundo a BBC, os incidentes surgiram no sábado de manhã, quando centenas de trabalhadores do município impediram a entrada de camiões da organização na principal avenida da cidade. A atuação por parte da polícia foi acolhida com festejos por quem participou no evento.
국가재난인줄..
— 대구퀴어문화축제 (@queerfes) June 17, 2023
현재, 대구상황입니다. pic.twitter.com/74he752qB3
O autarca conservador de Daegu, Hong Joon-pyo, tem sido um crítico feroz dos direitos das pessoas queer, sendo um antigo líder do extinto Partido da Liberdade da Coreia, de extrema-direita. Joon-pyo apoiou uma moção na justiça, avançada por algumas empresas e por várias igrejas, para banir a marcha.
O presidente do município já reagiu à intervenção policial, pedindo a demissão do chefe da polícia por "causar inconveniências aos cidadãos comuns".
O festival queer de Daegu, nota a BBC, atravessa o distrito central da cidade desde 2009.
O tribunal sul-coreano, no entanto, deitou por terra a queixa, deixando claro que a marcha é uma forma de liberdade de expressão, tão ou mais importante do que a liberdade empresarial.
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