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Violência no Sudão do Sul matou 405 civis e feriu 235 em três meses

Um total de 405 civis foram mortos e 235 ficaram feridos entre janeiro e março no Sudão do Sul, sobretudo devido à violência intercomunitária, anunciou hoje a Missão das Nações Unidas no país (UNMISS).

Violência no Sudão do Sul matou 405 civis e feriu 235 em três meses
Notícias ao Minuto

11:49 - 16/06/23 por Lusa

Mundo Sudão do Sul

O Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo, tem sido atormentado por uma instabilidade crónica e pela violência político-étnica desde que se tornou independente do Sudão, em 2011.

Nos primeiros três meses do ano, a UNMISS "documentou 920 casos de violência contra civis", incluindo 243 contra crianças. No seguimento destes confrontos, "405 civis foram mortos, 235 ficaram feridos, 266 foram raptados e 14 foram vítimas de violência sexual", refere a missão em comunicado de imprensa.

A maior parte desta violência ocorreu na região administrativa de Greater Pibor, perto da fronteira com a Etiópia, e no estado de Jonglei, no centro-leste do país.

Os casos de violência contra civis aumentaram 12% em relação ao mesmo período do ano passado e os raptos 113%, segundo a ONU. No entanto, a violência sexual e o número de pessoas mortas diminuíram.

A UNMISS registou também 22 execuções extrajudiciais entre janeiro e maio, "alegadamente cometidas por membros do aparelho de segurança do Sudão do Sul".

"Condeno estes incidentes, que estão a ocorrer sem qualquer processo justo", reagiu o chefe da missão da ONU, Nicholas Haysom, num comunicado de imprensa, apelando às autoridades para que investiguem.

A ONU alerta também para o facto de a chegada, nos últimos dois meses, de mais de 100.000 pessoas que fogem dos combates mortais no vizinho Sudão "ter o potencial de gerar violência intercomunitária".

Depois de se tornar independente do Sudão em 2011, o Sudão do Sul mergulhou numa guerra civil que causou a morte de quase 400.000 pessoas e milhões de deslocados entre 2013 e 2018.

Um acordo de paz assinado em 2018 previa o princípio da partilha do poder entre os rivais Salva Kiir e Riek Machar, no âmbito de um governo de unidade nacional.

Mas as tensões permanecem e os violentos exércitos locais continuam a causar derramamento de sangue num país onde a maioria das pessoas vive abaixo do limiar de pobreza e que é também afetado por condições meteorológicas extremas (seca, inundações).

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul é uma das missões da ONU mais dispendiosas do mundo, com um orçamento anual de 1,2 mil milhões de dólares, incluindo a presença de cerca de 17.000 militares.

Leia Também: Violência entre comunidades deixa pelo menos 13 mortos no Sudão do Sul

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