David Johnston, de 81 anos, anunciou a sua demissão de forma inesperada numa carta dirigida a Trudeau, na qual acusou a oposição de politizar a sua nomeação, o que o impossibilitou de "reconstruir a confiança" nas instituições democráticas.
Johnston, que entre 2010 e 2017 foi governador-geral do Canadá, que exerce as funções de chefe de Estado canadiano em nome do monarca britânico, disse que apresentará a sua demissão no final deste mês ou assim que entregar o relatório final.
Os partidos da oposição têm criticado os laços de amizade entre Johnston e Trudeau, sobretudo depois de o relator especial ter decidido que o governo não precisa de criar uma comissão pública para investigar a alegada interferência do governo chinês nas eleições gerais canadianas de 2019 e 2021.
A oposição quer que o governo canadiano crie a comissão para determinar a credibilidade das alegações contra a China, que Trudeau se recusou a fazer.
Em março, Trudeau anunciou que iria nomear um relator especial sobre a interferência estrangeira depois de vários meios de comunicação social terem publicado documentos dos serviços secretos canadianos que alegavam que a China apoiou até 11 candidatos às eleições gerais canadianas que eram considerados favoráveis a Pequim.
Os documentos revelaram também que a China tentou pressionar um deputado do Partido Conservador do Canadá, na oposição, com ameaças a familiares que, alegadamente, vivem em Hong Kong.
As fugas de informação embaraçaram Trudeau porque também indicam que a China apoiou a reeleição do primeiro-ministro nas eleições de 2021 e trabalhou para garantir que os candidatos conservadores considerados contrários a Pequim não fossem eleitos.
Leia Também: Canadá retira pessoas, recebe apoio e acusa rutura climática pelos fogos