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Emigrantes moçambicanos queixam-se de novos ataques na África do Sul

Emigrantes moçambicanos na África do Sul estão a ser alvo de ataques xenófobos nos mercados onde possuem algumas bancas, segundo relatos de alguns deles a residir no Soweto, nas imediações de Joanesburgo.

Emigrantes moçambicanos queixam-se de novos ataques na África do Sul
Notícias ao Minuto

11:51 - 08/06/23 por Lusa

Mundo África do Sul

"Espalharam os nossos produtos que estavam nas bancas, ao mesmo tempo que nos insultavam dizendo que temos que regressar para os nossos países", relatou Artur Chissano, emigrante, à Rádio Moçambique.

As incursões aconteceram no domingo e na segunda-feira por membros da Operação Dudula, um movimento de cidadãos sul-africanos de esquerda radical que advoga a expulsão de imigrantes ilegais e indocumentados no país, associando-os à falta de oportunidades de emprego.

Dudula significa "puxar para trás" na língua sul-africana zulu.

Vários emigrantes moçambicanos dizem estar a acumular prejuízos.

Segundo relatam, os agressores surgem sempre que as patrulhas da polícia se ausentam e, além dos prejuízos, fazem ameaças com a promessa de regressarem nos dias seguintes.

"Prometeram voltar aqui na sexta, sábado e domingo. Quem estiver por perto pode apanhar um tiro", relatou uma vendedora na mesma zona, que pede apoio às autoridades moçambicanas.

A África do Sul, a maior economia da região, acolhe mais de dois milhões de moçambicanos que trabalham em minas, campos agrícolas e comércio informal, no entanto, os ataques xenófobos são frequentes, associados a picos de crise económica.

Além dos ataques, a atuação das autoridades através de campanhas de identificação e expulsão também tem sido alvo de críticas.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos de Moçambique (CNDH) considerou deplorável o tratamento dado a imigrantes ilegais moçambicanos, criticando a "desproporcionalidade" de atuação dos agentes do Estado.

"Nós não questionamos o direito soberano de a África do Sul fazer cumprir as leis migratórias do país, mas exigimos que isso seja feito com a dignidade necessária", declarou há um ano o presidente da CNDH, Luís Bitone.

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