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Polícia de Hong Kong detém ativista pró-democracia

A polícia de Hong Kong deteve hoje Alexandra Wong, mais conhecida por "Mamie Wong", uma personalidade proeminente do movimento pró-democracia em Hong Kong quando esta assinalava o 34.º aniversário da repressão de Tiananmen.

Polícia de Hong Kong detém ativista pró-democracia
Notícias ao Minuto

13:22 - 04/06/23 por Lusa

Mundo Hong Kong

Antes de ser colocada numa viatura policial, Alexandra Wong transportava um ramos de flores quando foi detida no bairro central de Causeway Bay, onde há muito se realizam vigílias à luz de velas em memória das vítimas de Tiananmen.

Pelo menos 11 pessoas que tentavam homenagear publicamente as vítimas do massacre naquele praça da capital chinesa foram também detidas ou retiradas pela polícia nas últimas 24 horas.

Há mais de três décadas que a população da região semi-autónoma de Hong Kong comemora tradicionalmente o aniversário da sangrenta repressão do movimento democrático em Pequim, a 04 de junho de 1989.

Este ano, todavia, a comemoração foi silenciosa, uma vez que as autoridades da antiga colónia britânica continuam a manter um discurso ambíguo sobre a legalidade dos atos de luto público.

Os controlos cada vez mais rigorosos de Pequim sobre Hong Kong, na sequência do movimento de protesto em toda a cidade em 2019, também tornaram o 4 de junho uma questão cada vez mais sensível.

Ainda assim, um punhado de pessoas ousou arriscar e expressar os seus pensamentos.

No domingo à tarde, duas mulheres e um homem foram levados pela polícia na popular zona comercial de Causeway Bay.

Depois de revistados, os agentes da polícia descobriram que o homem vestido de preto tinha uma vela no saco, enquanto uma das mulheres trazia consigo um pedaço de papel com as palavras "Free HK" e "referendum".

A polícia local anunciou igualmente que, desde a tarde de sábado, quatro pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 60 anos tinham sido detidas em Causeway Bay por desordem pública ou por atuarem com intenções de praticarem desobediência.

As autoridades policiais afirmaram que os detidos tinham exibido objetos de protesto "carregados de palavras desobedientes" na zona e que quatro outras pessoas "suspeitas de perturbar a paz pública" foram levadas para uma esquadra de polícia para posterior investigação.

Segundo a imprensa local, os quatro detidos no sábado eram dois ativistas pró-democracia, um artista e um dentista.

Antes da detenção, os dois ativistas, cujos lábios estavam selados com fita adesiva vermelha, seguravam silenciosamente um cartaz onde se lia "jejum", na sequência de um convite feito pelo activista Xu Zhiyong, a partir da prisão, para realizar um dia de jejum em memória do massacre.

O artista, Sanmu Chan, 60 anos, gritou "povo de Hong Kong, não tenham medo" e "não esquecemos o 04 de junho", enquanto era levado pelos agentes da polícia.

Causeway Bay situa-se perto do maior parque da cidade, o Victoria Park, que durante mais de 30 anos foi o local da única grande vigília à luz de velas em solo chinês, em 04 de Junho, para comemorar o massacre de Tiananmen no mesmo dia, em 1989.

Quando a pandemia de covid-19 chegou em 2020, a vigília desse ano e as duas seguintes foram proibidas, com o Governo local a invocar medidas anti-pandémicas. Mas este ano, agora sem restrições devido à pandemia, a vigília também não se realizou.

Desde sábado, o Parque Victoria foi ocupado por mais de 200 bancas que vendiam produtos chineses, no âmbito de uma "feira de produtos locais" organizada por 26 grupos pró-Pequim.

Hoje, numerosos agentes da polícia foram enviados para patrulhar o parque e as zonas circundantes e dezenas de veículos da polícia foram também colocados na zona.

Apesar da forte presença de forças de segurança, algumas pessoas aproveitaram a oportunidade para comemorar o dia tranquilamente, permanecendo em Causeway Bay.

Um homem de 75 anos, que se identificou como Uncle Yip, disse à Efe: "Há mais de 30 anos que vou à vigília. Agora já não vou. É triste. Vi uma mulher a ser levada pela polícia esta tarde. Ela não fez nada. É 1000% irracional. Eu sei o que significa liberdade, Estado de direito e democracia".

Leia Também: China restringe acesso a Praça Tiananmen no 34.º aniversário dos protestos

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