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Ponte simbólica usada em protesto vai ser censurada dos mapas pela China

A ponte Sitong foi a protagonista de um raro protesto contra o Partido Comunista Chinês, antes do grande congresso do partido único que governa a China.

Ponte simbólica usada em protesto vai ser censurada dos mapas pela China
Notícias ao Minuto

17:27 - 02/06/23 por Notícias ao Minuto

Mundo China

Na véspera do aniversário do massacre de Tiananmen, um momento que é sempre tenso entre os movimentos pró-democráticos chineses e o regime comunista, as autoridades têm censurado ou limitado o acesso a informações sobre Tiananmen, ao ponto de, agora, decidirem retirar uma ponte dos mapas.

A ponte em causa é a Ponte Sitong, em Pequim, e foi palco de protestos em outubro do ano passado, quando tarjas brancas foram colocadas com frases críticas ao Partido Comunista Chinês (PCC), numa altura em que o país se preparava para o grande congresso do partido. A ponte fica ainda localizada no distrito universitário da capital chinesa.

As publicações nas redes sociais sobre o mapa da empresa estatal chinesa Baidu mostraram que a ponte tinha sido removida, conta o Guardian. Quando pesquisada, o site refere que não existem sítios com a descrição dada.

A censura não é completamente eficaz, já que é possível encontrar a ponte usando caracteres chineses tradicionais que são usados em Hong Kong e Taiwan.

A 13 de outubro de 2022, tarjas com as palavras "liberdade", "respeito" e "cidadãos, não escravos" foram colocadas na ponte, pedindo-se também a demissão de Xi Jinping (que acabaria reeleito no mesmo congresso). O ativista responsável pelas tarjas, Peng Lifa, foi detido pouco depois e as autoridades chinesas não voltaram a dar informações sobre o homem.

Lifa passou a ser conhecido em grupos pró-democracia como 'Bridge Man' ('Homem da Ponte'), numa referência ao 'Homem do Tanque' que protagoniza uma das fotografias mais famosas de sempre, durante os protestos na praça de Tiananmen, em 1989.

O protesto na Ponte Sitong acabou por ser um dos fatores que despoletaram os protestos contra as políticas da pandemia, com milhares de chineses a saíram à rua e a pedirem o fim dos confinamentos que, sob a justificação da ameaça de Covid-19, acabaram por permitir que o Estado pudesse controlar mais eficazmente a população. As manifestações foram sol de pouca dura e não resultaram em resultados concretos, mas foram as maiores demonstrações de contestação na China desde, precisamente, 1989.

Todos os anos, o aniversário do massacre da praça de Tiananmen - quando estudantes e académicos protestaram contra a ditadura do regime comunista, e no qual a consequente repressão policial gerou milhares de mortos e votos de condenação pelo mundo - é rodeado de tensão na China. O tema é particularmente sensível em Hong Kong, visto como o último reduto dos movimentos democráticos chineses, sendo que estes tentam contornar as limitações impostas pelo regime para protestar.

A China tenta censurar muita informação relativa ao massacre, pelo que os ativistas e utilizadores de redes sociais passaram a chamar ao aniversário de Tiananmen como o 'dia da manutenção da internet', dado o número de sites que deixam de ser visíveis.

Leia Também: Hong Kong destaca 5.000 polícias para 34.º aniversário de Tiananmen

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