BRICS pedem a países ricos para destinar recursos para erradicar pobreza
Os chefes das diplomacias do grupo de economias emergentes BRICS defenderam hoje que os conflitos, como a guerra na Ucrânia, monopolizam a "atenção e recursos" dos países ricos e não a erradicação da pobreza.

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Mundo BRICS
"A atenção e os recursos dos nossos parceiros mais ricos foram desviados e as agendas das nossas organizações multilaterais já não respondem às necessidades e exigências do sul global", afirmou Naledi Pandor, ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul.
O Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul integram os BRICS.
Pandor, cujo país exerce este ano a presidência rotativa dos BRICS, fez as declarações na abertura do segundo dia da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco na cidade sul-africana da Cidade do Cabo (sudoeste), onde preparam a cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização prevista para agosto próximo em Joanesburgo, para a qual todos os chefes de Estado, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin.
Participam na reunião os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov; da Índia, Subrahmanyam Jaishankar; do Brasil, Mauro Vieira; e o vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu.
Quinze ministros dos Negócios Estrangeiros de África e do sul global, "amigos dos BRICS", foram convidados a participar de forma virtual ou presencialmente, na reunião de hoje, segundo a diplomacia sul-africana, embora Pandor apenas tenha revelado a intervenção do Estado das Comores, que detém a presidência rotativa da União Africana (UA).
"Não podemos permitir que um conflito numa parte do mundo substitua o objetivo de erradicar a pobreza global como o maior desafio global, por isso precisamos de ver como podemos trazer a atenção e os recursos do mundo de volta a este desenvolvimento preocupante", disse Pandor, numa referência velada à guerra na Ucrânia.
"O sofrimento dos pobres é esquecido", lamentou a ministra sul-africana, sublinhando que "erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e uma condição indispensável para o desenvolvimento sustentável".
Naledi Pandor denunciou ainda que "os países desenvolvidos não cumpriram os seus compromissos para com o mundo em desenvolvimento e estão sistematicamente a tentar transferir a responsabilidade para o sul global".
Após a reunião de quinta-feira, Pandor e os seus colegas confirmaram que o bloco está a estudar formas de abrir a porta a novos membros, embora tenham reconhecido que ainda há trabalho a fazer para ativar este alargamento.
Os ministros deverão ainda discutir a cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS, a realizar em Joanesburgo de 22 a 24 de agosto, que está a ser marcada por dúvidas sobre a presença do Presidente russo Vladimir Putin, na sequência do mandado de captura emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Brasil, Rússia, Índia e China criaram o grupo BRIC em 2006, ao qual a África do Sul se juntou em 2010, acrescentando a letra S à atual sigla.
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