Guterres remete para Conselho de Segurança continuação da missão no Sudão
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou hoje a apoiar o seu representante no Sudão, Volker Perthes, mas remeteu para o Conselho de Segurança a decisão de dar continuidade à missão da Organização nesse país em conflito.
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Mundo Sudão
"Em relação à situação no Sudão, há áreas de responsabilidade do Conselho de Segurança e áreas de responsabilidade do secretário-geral. Na minha área de responsabilidade, reafirmei ao Conselho a minha total confiança em Volker Perthes como representante especial do secretário-geral", disse Guterres a jornalistas no final de uma reunião que convocou para abordar a crise no Sudão.
"Cabe ao Conselho de Segurança decidir se apoia a continuação da missão por mais um período ou se o Conselho de Segurança decide que é hora de encerrá-la", acrescentou o líder das Nações Unidas no breve comunicado à imprensa, em Nova Iorque.
António Guterres convocou hoje o Conselho de Segurança para informar os Estados-membros sobre a "situação dramática" no Sudão, na sequência do conflito entre o Exército e os paramilitares.
O encontro, à porta fechada, ocorreu após o chefe do exército sudanês, Abdel Fattah Al-Burhan, ter pedido na semana passada às Nações Unidas o afastamento de Volker Perthes, após o acusar de desinformar sobre a situação no país, algo que Guterres rejeitou.
Além de representante de Guterres em território sudanês, Perthes é também líder da Missão Integrada de Apoio das Nações Unidas ao Sudão (Unitams), cuja validade expira em junho próximo.
A reunião ocorreu no mesmo dia em que o Exército sudanês anunciou a suspensão das negociações com o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que aconteciam há um mês na cidade de Jeddah, devido à "falta de adesão do seu rival às tréguas acordadas no âmbito dessas negociações".
No final do encontro e sem entrar em detalhes, a embaixadora da Suíça junto à ONU, Pascale Baeriswyl, afirmou que Guterres levou aos Estados-membros um 'briefing' sobre seus esforços em torno da situação no Sudão, avaliando que ocorreu "uma troca muito construtiva sobre o futuro da missão".
"Como sabem, este mandato está aberto a renovação. Acho que foi muito importante que pudéssemos ter uma troca franca, inclusive com o secretário-geral. Isto é o máximo que posso dizer, mas vocês verão nos próximos dias os nossos esforços, como Conselho de Segurança, para chegar à renovação do mandato ou qualquer que seja o consenso", disse a diplomata aos jornalistas.
Hoje, o Exército e as RSF acusaram-se mais uma vez de atacar as posições do outro em Cartum e no centro do país e de não respeitar a frágil trégua humanitária acordada em Jeddah.
Nenhuma das nove tréguas alcançadas até ao momento desde o início dos combates - em 15 de abril - foi respeitada pelas duas partes em conflito.
Segundo a ONU, o conflito deixou pelo menos 850 mortos e mais de 5.500 feridos, ao mesmo tempo em que provocou o deslocamento interno e externo de mais de 1,3 milhões de pessoas.
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