Meteorologia

  • 09 MAIO 2024
Tempo
21º
MIN 16º MÁX 26º

Rússia afasta lei marcial e promete mais retaliação contra Kyiv

A Rússia garantiu hoje que não vai impor a lei marcial no país após o ataque de 'drones' contra Moscovo, enquanto estuda mais medidas de retaliação contra a Ucrânia.

Rússia afasta lei marcial e promete mais retaliação contra Kyiv
Notícias ao Minuto

18:56 - 31/05/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Vamos pensar com calma e coerência sobre como lidar com isso", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, um dia depois de a capital russa sofrer o seu primeiro ataque em massa com 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) e após figuras como o chefe dos mercenários do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ou o líder checheno, Ramzan Kadirov, pedirem dureza na resposta russa e até a imposição da lei marcial no país.

Kadirov considerou que as autoridades russas, que atribuíram o "ataque terrorista" em Moscovo à Ucrânia, devem declarar a lei marcial no país "e usar todos os recursos de combate para acabar com toda essa célula terrorista [ucraniana] de uma vez".

O Governo ucraniano aconselhou hoje Kadirov a "vingar-se pessoalmente de Moscovo e [do Presidente russo, Vladimir] Putin, e não ameaçar a Ucrânia".

"Não foram os ucranianos que arrasaram Grozny com os seus pacíficos habitantes com tanques. Foram os tanques russos. O povo checheno lembra-se disso e, para quem se esqueceu, é hora de lembrar", disse na rede social Twitter o secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov.

Em todo o caso, o porta-voz do Kremlin sublinhou hoje que a imposição da lei marcial "é inteiramente prerrogativa da mais alta autoridade federal".

"Nenhuma decisão foi tomada e não há discussões sobre isso", referiu.

O porta-voz da Presidência russa tentou tranquilizar os cidadãos preocupados com o facto de a guerra ter atingido o coração da Rússia, afirmando que as autoridades de Moscovo "continuarão a trabalhar para melhorar o sistema de defesa antiaérea".

O presidente da câmara de Moscovo, Serguei Sobianin, admitiu que "várias famílias pediram apoio psicológico" oferecido pela autarquia imediatamente depois do ataque, que provocou danos menores em alguns edifícios.

O Kremlin lamentou ainda a falta de condenação ocidental do ataque.

"Certamente gostaríamos de ouvir algumas palavras de condenação", disse Peskov, não apenas em relação à capital, onde infraestruturas civis foram afetadas, mas também em relação aos bombardeamentos em curso na região russa de Belgorod.

O governador desta província, Viacheslav Gladkov, disse hoje que pelo menos quatro pessoas ficaram feridas num ataque com 'rockets' Grad contra a cidade de Shebekino e houve um ferido nos arredores da aldeia de Bogun-Gorodok por projéteis.

Face ao agravamento da situação na região, o governador anunciou a retirada para a cidade de Voronezh (a cerca de 200 quilómetros da fronteira com a Ucrânia) das primeiras 330 crianças de Shebékino e Graivorono, onde neste distrito no último dia 22 paramilitares russos pró-Kiev realizaram um ataque armado.

"Estamos realmente preocupados com a situação alarmante, onde o bombardeamento de alvos civis continua", disse Peskov, que também observou que, até agora, "nenhum país ocidental proferiu palavras de condenação".

A Rússia estava particularmente irritada hoje com a reação do Reino Unido em relação ao ataque a Moscovo.

Londres é um dos parceiros ocidentais que forneceu mais ajuda militar à Ucrânia, incluindo mísseis Storm Shadow de longo alcance.

"A Ucrânia tem o direito legítimo de se defender. Tem o direito legítimo de fazê-lo dentro de suas próprias fronteiras, é claro, mas também tem o direito de projetar força além das suas fronteiras para minar a capacidade da Rússia de projetar forças na própria Ucrânia", disse, na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly.

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, o ex-Presidente russo Dmitri Medvedev, alertou em resposta que altos funcionários britânicos podem ser considerados um "alvo militar legítimo", já que o Reino Unido está a travar uma "guerra não declarada" contra a Rússia.

"É uma incitação direta ao que os terroristas de Kyiv estão a fazer", disse, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov.

A porta-voz da Casa Branca, Karine-Jean Pierre, afirmou por sua vez na terça-feira que, em geral, os Estados Unidos "não apoiam ataques dentro da Rússia".

Posição que foi hoje reforçada pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que afirmou que a administração de Joe Biden "não apoia" que as Forças Armadas ucranianas ataquem o território nacional russo.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: AO MINUTO: Ucrânia? "Direito a defender-se"; Há 27 mil civis em cativeiro

Recomendados para si

;
Campo obrigatório