A Tanzânia acolhe mais de 200.000 refugiados, 70% dos quais são do Burundi e os restantes 30% fogem da violência no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).
"Embora a ajuda alimentar tenha sido concebida para atingir o mínimo recomendado de 2.100 quilocalorias, os défices crónicos de financiamento forçaram o Programa Alimentar Mundial (PAM) a fornecer rações reduzidas desde 2020", afirmou a agência da ONU em comunicado.
Depois de cortar as rações em março, o PAM anunciou um novo corte a partir de junho, com as rações "reduzidas a 50%" da ingestão diária recomendada de calorias.
O PAM está a enfrentar uma queda no financiamento, bem como o aumento dos preços dos alimentos, devido, em particular, à guerra na Ucrânia.
"Precisamos urgentemente de 21 milhões de dólares (19,5 milhões de euros) para fornecer ajuda alimentar a mais de 200.000 refugiados durante os próximos seis meses e evitar mais racionamentos à medida que a fome ataca nos campos de refugiados na Tanzânia", afirmou Sarah Gordon-Gibson, diretora do PAM para a Tanzânia, citada na nota.
Gordon-Gibson apelou igualmente à comunidade internacional, aos governos e ao setor privado para que contribuam.
No Bangladesh, o PAM anunciou na semana passada que iria reduzir as rações alimentares para os Rohingya, devido a um enorme défice de financiamento.
No final de março, o PAM também reduziu para metade as rações de ajuda alimentar no Burundi.
No Iémen, o programa das Nações Unidas anunciou, em 15 de março, que precisava de mais do dobro dos fundos prometidos para restabelecer as rações alimentares completas para milhões de pessoas necessitadas.
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