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Líder da oposição senegalês diz que foi raptado e apela a protestos

O líder da oposição e candidato presidencial senegalês, Ousmane Sonko, disse ter sido "raptado" pelas forças da ordem e apelou a manifestações em massa contra o governo do Presidente Macky Sall, a poucos dias do veredicto por alegada violação.

Líder da oposição senegalês diz que foi raptado e apela a protestos
Notícias ao Minuto

15:09 - 30/05/23 por Lusa

Mundo Senegal

"Uma vez em Dakar, fui raptado (...). Em nome de quê um cidadão que não tem pena de prisão ou prisão domiciliária pode acabar com um exército inteiro, não só na minha casa, mas em todo o bairro, incomodando os meus vizinhos desde esta manhã. Todo o bairro está a respirar gás lacrimogéneo", disse Sonko ao início da manhã, num vídeo publicado nas suas redes sociais.

O líder da oposição fez estas declarações depois de a polícia militar senegalesa o ter levado de volta para a sua casa na capital, no domingo, após as forças de segurança terem abortado uma marcha iniciada por Sonko na sexta-feira, do sul do país para Dakar, na qual um manifestante foi morto "por tiros".

Sonko afirma no vídeo que decidiu regressar a Dakar para participar esta quarta-feira num "diálogo popular", paralelo ao "diálogo nacional" oficial anunciado por Sall, e organizado pela F24, uma plataforma que reúne mais de 130 organizações e que foi criada em meados de abril para denunciar uma eventual terceira candidatura do atual Presidente e exigir a libertação dos presos políticos, entre outras coisas.

O líder da oposição explicou que foi detido quando regressava à capital no seu próprio carro e que as forças da ordem se apoderaram da sua arma, dos seus telefones e documentos pessoais, sem lhe mostrar qualquer autorização ou instrução de um juiz.

Foi levado à força para a sua casa, em torno da qual as forças de segurança estavam posicionadas e onde se registaram confrontos entre os seus apoiantes e a polícia, que se estenderam na tarde de segunda-feira a diferentes bairros da capital.

Durante os protestos, as casas de três membros do Governo foram incendiadas pelos manifestantes.

Sonko apelou aos senegaleses para que "saiam em massa" e exortou os jovens que já se encontram nas ruas a resistir.

"Nunca antes o sistema judicial foi tão utilizado para liquidar opositores políticos, jornalistas e membros da sociedade civil (...). Nunca a nossa democracia esteve tão ameaçada. Levantemo-nos como um só homem e façamos frente a Macky Sall", declarou.

Na próxima quinta-feira, deverá ser anunciado o veredicto de um processo contra o líder da oposição, depois de uma jovem massagista, Adji Sarr, o ter acusado de "violações repetidas" e "ameaças de morte" no início de 2021. Desde então, o caso não deixou de gerar controvérsia e tensão, uma vez que os apoiantes de Sonko consideram que o processo judicial visa excluí-lo como candidato às eleições presidenciais de fevereiro de 2024.

Esta acusação surge depois de o líder da oposição ter sido condenado, a 08 de maio, a uma pena de prisão suspensa de seis meses por difamação e calúnia pública de um ministro senegalês, depois de o ter acusado de corrupção.

Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês e tem um forte apoio entre a juventude senegalesa.

Leia Também: Apoiantes de candidato no Senegal e polícia envolvem-se em confrontos

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