O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse, esta terça-feira, que poderá vir a "tomar medidas mais severas" face aos "ataques terroristas" levados a cabo pelo regime de Kyiv.
Em comunicado, o organismo salientou que "condena veementemente as tentativas de ataques terroristas das Forças Armadas da Ucrânia que ocorreram no início da manhã de 30 de maio em Moscovo e na região de Moscovo", dando conta de que foi aberto um "processo criminal".
"Temos a certeza de que todas as pessoas envolvidas serão encontradas e sofrerão severas punições", complementou a nota, que acusou ainda que "este ataques foram planeados e executados pelo regime neonazista de Kyiv, para o qual o uso de métodos de atos de terror se tornou uma prática sinistra".
E prosseguiu: "Os seus representantes há muito tempo pedem abertamente 'ataques de retaliação' contra Moscovo. Tais ataques, embora não façam sentido do ponto de vista militar, parecem ser dirigidos apenas contra a população civil, com o objetivo de espalhar o pânico."
Nessa linha, a missiva adiantou que "o lado russo reserva-se ao direito de tomar medidas mais severas em resposta aos ataques terroristas do regime de Kyiv", ao mesmo tempo que lançou que "o apoio ocidental ao regime ucraniano está a levar a liderança daquele país a cometer atos criminosos cada vez mais imprudentes, incluindo atos de terrorismo, violações da lei humanitária internacional e crimes de guerra".
"As garantias dos oficiais da NATO de que o regime de Kyiv não atacaria o território russo revelaram-se completamente hipócritas", rematou.
De notar que o Ministério da Defesa da Rússia acusou, esta terça-feira, a Ucrânia de estar por detrás do ataque em Moscovo desta manhã, que provocou "danos menores" em vários edifícios.
"Esta manhã, o regime de Kyiv lançou um ataque terrorista com drones contra a cidade de Moscovo", escreveu o Ministério, na rede social Telegram.
Segundo o mesmo meio, oito drones estiveram envolvidos no ataque, e todos foram destruídos.
O presidente da câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, indicou que não há feridos graves e que uma investigação ao sucedido está em curso.
Por seu turno, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento de Kyiv no incidente desta manhã, ainda que se tenha mostrado satisfeito.
"Claro que estamos satisfeitos e previmos um aumento do número de ataques. Mas claro que não temos envolvimento direto", disse, em declarações ao canal do Youtube 'Breakfast Show', citado pela agência Reuters.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.895 civis desde o início da guerra e 15.117 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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