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Quénia e Rússia anunciam reforço de relações após visita de Lavrov

O Quénia vai reforçar as suas relações comerciais com a Rússia, anunciaram hoje as autoridades de Nairobi, durante uma visita surpresa do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

Quénia e Rússia anunciam reforço de relações após visita de Lavrov
Notícias ao Minuto

16:37 - 29/05/23 por Lusa

Mundo Rússia

A visita do chefe da diplomacia russa ao Quénia, a potência económica da África Oriental, segue-se a uma viagem do seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, a vários países africanos, nomeadamente à Etiópia e ao Ruanda, na semana passada.

Moscovo e Kiev procuram aumentar a sua influência respetiva no continente africano.

Com o conflito ainda a decorrer na Ucrânia, o Presidente queniano, William Ruto, reiterou "a posição inabalável do Quénia sobre o respeito pela integridade territorial dos Estados-membros, tal como consagrado na Carta das Nações Unidas".

Nairobi "apela a uma resolução do conflito de uma forma que respeite ambas as partes", afirmou Ruto, num comunicado emitido após a sua reunião com o chefe da diplomacia russa.

O Presidente queniano lamentou igualmente o facto de as relações comerciais entre Nairobi e Moscovo serem fracas, apesar do "enorme potencial", e anunciou a assinatura de um pacto comercial, segundo o comunicado, sem dar mais pormenores.

O Quénia exportou 55 milhões de dólares (51 milhões de euros) de mercadorias para a Rússia em 2022, em comparação com 266 milhões de dólares (248 milhões de euros) em importações, de acordo com os últimos dados do governo queniano.

Ruto também insistiu que África deve estar representada no Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia é um dos cinco Estados-membros permanentes.

A este propósito, saudou o apoio da Rússia para que África ganhe assentos permanentes no organismo.

"O continente pode trazer para a mesa ideias ricas, sugestões e experiências que serão de grande utilidade para o mundo", disse Ruto durante o seu encontro com Lavrov, segundo um comunicado divulgado pela Presidência queniana.

Desta forma, o líder queniano valorizou o facto de "o Quénia e a África contarem com amigos como a Rússia para a criação de uma nova arquitetura do Conselho de Segurança [da ONU]".

Tanto Ruto como Lavrov "concordaram com a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU para o tornar mais representativo e capaz de responder às necessidades do século XXI", segundo Nairobi.

Lavrov já visitou África duas vezes desde o início da guerra na Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, percorrendo vários países.

Por seu lado, Kuleba apelou na semana passada a alguns países do continente para que acabem com a sua "neutralidade" em relação à guerra na Ucrânia, e disse também que queria reforçar os laços de Kiev com um continente com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, anunciando a abertura de novas embaixadas.

"Estamos a falar com os nossos amigos africanos, a tentar explicar-lhes que a neutralidade não é a resposta", disse o chefe da diplomacia ucraniana numa conferência de imprensa, na quarta-feira, na sede da União Africana (UA), em Adis Abeba.

Em fevereiro, 22 dos 54 Estados-membros da União Africana abstiveram-se ou não participaram na votação da última resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, que apelava à Rússia para retirar as suas forças da Ucrânia. Dois países - a Eritreia e o Mali - votaram contra. Países como o Senegal e a África do Sul abstiveram-se.

Os laços da Rússia com os países africanos remontam à Guerra Fria, altura em que a União Soviética se apresentava como um combatente contra o imperialismo.

A cimeira Rússia-África, a segunda do género, está agendada para 26 a 29 de julho, em São Petersburgo (Rússia).

Leia Também: Líder militar britânico avisa para "Rússia vingativa" se perder a guerra

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