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Papa diz que Kyiv não pensa em mediação porque se sente forte

O Papa Francisco considerou hoje que a Ucrânia não está a ponderar uma mediação para a paz porque sabe que "tem uma força própria muito grande", enquanto Moscovo disse apreciar essa tentativa de mediação.

Papa diz que Kyiv não pensa em mediação porque se sente forte
Notícias ao Minuto

13:43 - 26/05/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Não sonham tanto com mediações, porque o bloco ucraniano é realmente muito forte. A Europa toda, os Estados Unidos. Ou seja, eles têm uma força muito grande", argumentou Francisco numa entrevista, dias depois de ter recebido no Vaticano o Presidente Volodymyr Zelensky.

Após esse encontro, o Presidente ucraniano garantiu que não precisava de intermediários e pediu ao Papa para aderir à sua fórmula de paz, que inclui a retirada das tropas russas de todos os territórios.

Na altura, Francisco respondeu que "não era esse o tom da conversa" e esclareceu que o líder ucraniano lhe pediu "um favor muito grande", ou seja, que tratasse de cuidar das crianças que foram levadas para a Rússia, referindo-se à alegada deportação de milhares de jovens.

"Ele está muito magoado com esta situação e pediu colaboração para tentar conseguir que os meninos voltem para a Ucrânia", disse o Papa na entrevista hoje divulgada.

Questionado sobre se acha que a Rússia deve devolver os territórios ocupados, Francisco limitou-se a responder que se trata de "um problema político".

"A paz será alcançada no dia em que eles puderem conversar, seja os dois ou através de outros", defendeu o Papa.

Na semana passada, o Vaticano confirmou que o Papa delegou ao presidente dos bispos italianos, o cardeal Matteo Zuppi, a tarefa de mediar o conflito na Ucrânia, para conseguir um cessar-fogo.

Hoje, Moscovo disse apreciar os esforços do Vaticano para promover o fim do conflito na Ucrânia, mas sublinhou que desconhece os pormenores do plano de paz, bem como a possibilidade de uma deslocação à Ucrânia de um emissário do Vaticano, Matteo Bruni.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse desconhecer as intenções do Vaticano, mas reconheceu que aprecia os esforços do Papa Francisco para conseguir desbloquear o conflito na Ucrânia.

Em declarações à agência RIA Novosti, um alto funcionário da diplomacia russa disse que o seu Governo aprecia as tentativas do Vaticano "para contribuir para o fim do conflito na Ucrânia", dizendo ter tomado "boa nota do sincero desejo da Santa Sé em promover o processo de paz".

A diplomacia russa reiterou que, em todo o caso, "qualquer esforço nesse sentido só fará sentido se for tida em conta a conhecida posição de princípios da Rússia", ou seja, a Ucrânia aceitar "as novas realidades" quanto às anexações da Crimeia e de três outras regiões.

Leia Também: Ucrânia. Enviado do Papa diz que o povo ucraniano anseia pela paz

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