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Congresso do Peru declara presidente do México 'persona non grata'

O Congresso peruano declarou esta quinta-feira o presidente do México 'persona non grata', pelas suas repetidas declarações sobre assuntos internos do Peru e a recusa em transferir a presidência da Aliança do Pacífico para o país andino.

Congresso do Peru declara presidente do México 'persona non grata'
Notícias ao Minuto

06:52 - 26/05/23 por Lusa

Mundo México

A decisão foi tomada com 65 votos a favor, 40 contra e 2 abstenções, após ter sido debatida uma moção com essa finalidade, aprovada na segunda-feira pela Comissão dos Negócios Estrangeiros do Congresso (Parlamento).

A conservadora María del Carmen Alva, presidente desse grupo parlamentar e que apoiou a moção, sublinhou que as declarações de Andrés Manuel López Obrador constituem uma "violação do princípio de não ingerência" nos assuntos internos de outros países.

"O povo peruano não aceita atos de interferência e intromissão na nossa soberania", frisou Alva, citada pela agência Efe.

Perante a rejeição da proposta por deputados de esquerda, que defenderam que pode afetar os laços históricos com o povo mexicano, Alva salientou que "este é um gesto político que o Congresso pode fazer" e que "as relações com o México não ficam afetadas".

"A única coisa que está a acontecer aqui é que o Presidente mexicano não está a reconhecer a nossa Presidente (...) as relações comerciais e bilaterais nunca serão afetadas", garantiu.

A Comissão dos Negócios Estrangeiros exortou ainda os ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros a "realizar as ações necessárias" para que o chefe de Estado mexicano "não entre território nacional".

Na fundamentação da moção, é realçado que López Obrador realizou "repetidas declarações públicas" sobre o Peru "carregadas de falsidades", que qualificou como "intrometidas, irresponsáveis e ideológicas".

O governante mexicano descreveu na semana passada a Presidente peruana, Dina Boluarte, como "usurpadora" e destacou que esta devia deixar "a presidência para quem venceu uma eleição livre e democrática, Pedro Castillo", que está preso desde 7 de dezembro após ser demitido por o Congresso peruano depois de tentar um autogolpe de Estado.

López Obrador também reiterou que o México não vai entregar a Baluarte a presidência da Aliança do Pacífico porque esta "não é legal e legitimamente Presidente do Peru".

Em resposta, a chanceler peruana, Ana Cecilia Gervasi, sublinhou que López Obrador e o chefe de Estado colombiano Gustavo Petro, que também mantém as suas críticas a Boluarte, demonstraram uma "atitude contrária aos princípios e valores que regem a convivência democrática".

No início da semana, López Obrador 'agradeceu' que a comissão tenha solicitado declará-lo 'persona non grata'.

No final de fevereiro, o Governo peruano anunciou a retirada definitiva do seu embaixador no México e indicou que a relação bilateral se limitava a negócios, enquanto o Congresso declarou Petro e o ex-presidente boliviano Evo Morales 'persona non grata', em ambos os casos pelas seus crítica e rejeição pública ao Governo de Boluarte.

Na sequência do golpe fracassado por Pedro Castillo, que atualmente cumpre 18 meses de prisão preventiva, eclodiram protestos sociais no país andino.

A crise política que tem abalado o Peru é reflexo de um enorme fosso entre a capital e as províncias pobres que apoiam Castillo, que nunca terá sido aceite no Palácio Presidencial ela elite oligárquica da capital pela sua origem ameríndia.

Os protestos, que se espalharam por todo o território nacional nos últimos meses, já resultaram em cerca de sessenta mortos e milhares de feridos e detidos.

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