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Shell deve ser responsabilizada pela operação do Delta do Níger

A organização Amnistia Internacional defendeu hoje que a venda da exploração de petróleo da Shell, no Delta do Níger, não pode levar a mais abusos e falta de compensação à população pela poluição e danos dos últimos anos.

Shell deve ser responsabilizada pela operação do Delta do Níger
Notícias ao Minuto

00:07 - 26/05/23 por Lusa

Mundo Níger

"Há décadas que os derrames prejudicam a saúde e o rendimento de muitos dos habitantes do Delta do Níger, a Shell não deve poder lavar as mãos dos problemas e ir-se embora, ganhou milhares de milhões de dólares com este negócio e tem de garantir que a sua saída não tem efeitos negativos nas pessoas e consequências ambientais", lê-se num comunicado da organização não-governamental (ONG) enviado à Lusa.

No documento, os ativistas da Amnistia Internacional (AI) pedem ao novo Governo, que tomará posse na segunda-feira, para "garantir que a planeada venda da operação da Shell no Delta do Níger não leve a uma deterioração dos direitos humanos numa região já de si prejudicada por décadas de poluição petrolífera".

A Shell opera na região desde os anos de 1950, e vendeu a sua operação, alegadamente por 3 mil milhões de dólares, na região, marcada por frequentes ataques de grupos armados que roubam o crude de forma artesanal e, muitas vezes, acabam por não conseguir vendê-lo devido a acidentes mortíferos no transporte até à costa africana.

"Se fizer uma supervisão apropriada da venda da Shell, o próximo governo tem uma oportunidade única de demonstrar a sua determinação em aplicar e proteger os direitos humanos dos seus cidadãos, incluindo os seus direitos a um padrão de vida adequado, água limpa e saúde", acrescentou o diretor de Negócios e Direitos Humanos da AI, Mark Dummett.

Há mais de 20 anos que a AI e as organizações parceiras conduzem pesquisas nesta região africana, tendo demonstrado diversas vezes que as operações da Shell têm efeitos poluentes sobre as populações do Delta do Níger.

"Centenas de derrames anuais de oleodutos e poços em mau estado de conservação, juntamente com práticas de limpeza inadequadas, conduziram a uma contaminação generalizada do petróleo, incluindo das águas subterrâneas e das fontes de água potável, dos terrenos agrícolas e das pescas, e prejudicaram a saúde e os meios de subsistência de muitos habitantes", lê-se ainda no relatório da ONG de defesa dos direitos humanos.

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