Rússia diz que ajuda militar prova que NATO quer escalada do conflito
O embaixador russo junto às Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, afirmou hoje que o crescente volume de armas enviadas pelo ocidente para a Ucrânia indica que a NATO procura uma escalada do conflito.
© REUTERS/Anna Kudriavtseva
Mundo Ucrânia
Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pela própria Rússia para discutir o fornecimento de armas ocidentais a Kiev, Nebenzya afirmou que o "Ocidente trava uma guerra por procuração contra a Rússia na Ucrânia".
"Estados ocidentais continuam a dizer persistentemente que não são partes no conflito, que apenas ajudam a Ucrânia a defender-se. No entanto, a realidade é exatamente o oposto. O Ocidente trava uma guerra por procuração contra a Rússia na Ucrânia. Desde a última reunião deste Conselho sobre o envio de armas ocidentais para a Ucrânia, em fevereiro, não só o seu volume não diminuiu, como continuou a crescer", argumento o diplomata russo.
"Isso prova a intenção dos Estados-membros da NATO de escalada. Obviamente, eles não estão interessados em qualquer solução pacífica do conflito", acrescentou o representante de Moscovo.
De acordo com Nebenzya, o envio de armas cada vez mais poderosas para a Ucrânia, em combinação com o fornecimento contínuo de inteligência para ataques e treino de soldados ucranianos, tornam esses países ocidentais "não apenas partes do conflito armado com a Rússia, [...] mas também cúmplices de crimes de guerra das forças armadas ucranianas e batalhões nacionalistas".
O embaixador concluiu o ser pronunciamento afirmando que a "Rússia reserva-se ao direito de tomar todas as medidas necessárias para neutralizar as ameaças à segurança".
"Os objetivos da operação militar especial serão alcançados", frisou.
Por outro lado, os Estados Unidos da América (EUA) negam que o fornecimento de armas seja o motivo para a escalada do conflito, acusando a Rússia de "distorcer" a narrativa.
"O fornecimento de armas para a defesa territorial da Ucrânia não está a ampliar ou exacerbar este conflito. Em vez disso, ajudam a repelir a invasão russa e a impedir uma invasão ainda maior do território soberano da Ucrânia. Esses carregamentos de armas ajudam a impedir que a Rússia brutalize ainda mais os civis ucranianos, forçando-os a deixar suas casas e a aumentar os custos de energia e alimentos na Europa e no mundo", disse o embaixador Robert Wood.
" Se Moscovo tivesse algum desejo genuíno de desescalada, simplesmente retiraria as suas tropas e encerraria a sua invasão", acrescentou.
O diplomata dos EUA acusou ainda a Rússia de "hipocrisia", por convocar o Conselho de Segurança para debater este tema e ainda culpar outros pela morte e destruição que a sua agressão causa à Ucrânia.
"A Rússia é cínica o suficiente para pedir esta discussão, enquanto continua a lançar implacavelmente mísseis e ataques de drones em cidades e infraestruturas críticas, matando civis -- tudo a serviço da sangrenta tomada de terras do Kremlin em flagrante violação da Carta da ONU", sublinhou Wood, numa posição semelhante à de outros países europeus, como Reino Unido e França.
Também o representante permanente da Ucrânia junto à ONU marcou presença na reunião, afirmando que o seu país continuará a exercer o direito de legítima defesa em conformidade com a Carta da ONU.
"Continuaremos a lutar até que cada cidadão ucraniano e cada parcela da nossa terra soberana sejam libertados e a Rússia sofra uma derrota militar na Ucrânia. Continuaremos a forjar a solidariedade internacional até que todos os criminosos de guerra russos sejam responsabilizados", disse Sergíy Kyslytsya.
Além dos Estados-membros, a reunião do Conselho de Segurança contou ainda com um 'briefing' do diretor do Escritório da ONU para Assuntos de Desarmamento, Adedeji Ebo, que chamou a atenção para os relatos de que também a Rússia tem recebido armamento de outros países.
"Também houve relatos de Estados a transferir ou planear transferir armas - como veículos aéreos de combate não tripulados e munições - para as Forças Armadas russas para uso na Ucrânia. Além disso, os meios de comunicação relataram a transferência de grandes armas convencionais, incluindo sistemas de foguetes de artilharia, para grupos não estatais envolvidos na guerra contra a Ucrânia", disse Ebo.
A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de mortos e feridos no conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
[Notícia atualizada às 23h38]
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