Jack Teixeira, o lusodescendente membro da Guarda Nacional Aérea dos Estados Unidos, que terá divulgado documentos militares do Pentágono, já tinha sido avisado sobre o acesso a informações confidenciais.
Segundo documentos judiciais do Departamento de Justiça norte-americano, citados pelo The Guardian, o jovem de 22 anos terá continuado a divulgar documentos, mesmo após ter sido repreendido em duas ocasiões distintas no ano passado, devido às suas "ações preocupantes" relacionadas com o acesso a dados classificados.
Em setembro de 2022, Jack Teixeira foi visto a tomar notas sobre informações secretas e a colocá-las no bolso. De acordo com um memorando apresentado em tribunal, o lusodescendente foi alertado e instruído para que não o voltasse a fazer.
Um outro memorando, datado de outubro de 2022, revela que o militar estava "potencialmente a ignorar a ordem de cessar e de desistir de ficar imerso em informações" dos serviços secretos, que lhe havia sido dada no mês anterior.
Já este ano, em fevereiro, foi observado a ver informações "que não estavam relacionadas com o seu dever principal e que estavam relacionadas com o domínio dos serviços secretos". O memorando sublinha que o jovem "tinha sido previamente notificado para se concentrar nos seus próprios deveres profissionais e para não procurar produtos dos serviços secretos".
Na acusação, os procuradores norte-americanos frisaram que "o arguido continuou a partilhar informação com os seus associados online, desafiando estas advertências e fazendo mais esforços para esconder a sua conduta ilegal".
Teixeira está em prisão desde a sua detenção no início de abril por acusações decorrentes da divulgação ilegal de informação considerada "altamente confidencial", respondendo por crimes ao abrigo da Lei de Espionagem.
É suspeito de uma das maiores fugas de informação do Pentágono na última década, tendo divulgado vários documentos confidenciais, incluindo sobre a guerra na Ucrânia e a aliança transatlântica NATO.
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