As resoluções foram produzidas após a ocupação soviética que se seguiu ao processo de início da Primavera de Praga, um período de liberalização política, e permitiram à Rússia usar gratuitamente mais de 92 mil metros quadrados de imóveis.
"Revertemos as decisões governamentais tomadas principalmente sob a ameaça dos tanques russos após a ocupação do nosso país", confirmou o ministro dos Assuntos Europeus da República Checa, Martin Dvorak.
"A renda ilícita do uso dessas propriedades não pode ser usada para sustentar a atual ocupação da Ucrânia", justificou o ministro.
Essas resoluções, uma concessão ao país ocupante que restaurou a normalização estalinista após os primeiros anos da década de 1960, permitiram à Rússia usar esses edifícios para fins diplomáticos, mas acima de tudo comerciais.
Tratam-se de apartamentos em Praga ao lado da embaixada russa na capital checa, e também de propriedades em Brno, Karlovy Vary, além de centros recreativos em locais muito procurados em Vlkancice e Jevany, perto da capital.
Após a medida de hoje, estes imóveis vão ser objeto de arrendamento e os russos vão ter de regularizar fiscalmente esta situação a partir de agora.
Os serviços de informação checos denunciaram há dois anos que os serviços secretos russos estiveram envolvidos na sabotagem de um depósito de munições em 2014, na qual duas pessoas morreram, o que teve efeitos diplomáticos, levando à expulsão da maior parte do pessoal da embaixada.
Atualmente, existem seis diplomatas russos em Praga, depois do desmantelamento dos consulados em Brno e Karlovy Vary, algo que Praga considera não justificar a quantidade de bens imobiliários que os russos tinham para tais fins.
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