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Lesoto impõe recolher noturno obrigatório após morte de jornalista

O Governo do Lesoto impôs um recolher obrigatório noturno na terça-feira, na sequência da morte a tiro de um conhecido jornalista de investigação na capital, Maseru, num contexto de crescente insegurança no país africano.

Lesoto impõe recolher noturno obrigatório após morte de jornalista
Notícias ao Minuto

16:04 - 16/05/23 por Lusa

Mundo Lesoto

O ministro dos Assuntos Internos do Lesoto, Lebona Lephema, especificou que o recolher obrigatório estará em vigor entre as 22:00 e as 04:00 locais, com penas até dois anos de prisão para quem o violar, conforme noticiado pelo The Post.

A medida foi anunciada após Ralikonelo Joki, um jornalista de investigação e profissional de rádio, ter sido morto a tiro no domingo, em Maseru, sem que ainda se saiba quem esteve por trás do crime. As autoridades não detiveram nenhum suspeito.

De acordo com o Lesotho Times, Joki foi alvejado no seu veículo depois de ter saído dos escritórios da estação de rádio Tsénolo FM, onde tinha terminado de apresentar o seu programa.

O diretor da estação de rádio, Mshengo Shabalala, disse que os atacantes abriram fogo contra o jornalista quando estava à espera num cruzamento, em frente à estação, para entrar numa autoestrada.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) apelou às autoridades para que conduzam uma investigação "credível" sobre a morte de Ralikonelo Joki, a fim de processar os responsáveis pela morte do jornalista, que apresentava o programa Hlokoana-La-Tsela, cobrindo notícias sobre agricultura, ação do governo e corrupção.

Em 2021, o jornalista divulgou um caso sobre cinco políticos envolvidos na venda ilegal de álcool. Em março e abril, Joki foi ameaçado de morte através da rede social Facebook devido ao seu trabalho como jornalista, enquanto a estação Tsénolo FM foi palco de um assalto à mão armada, em 2015, devido à sua cobertura crítica das autoridades.

A coordenadora do programa do CPJ em África, Angela Quintal, sublinhou que "as autoridades do Lesoto têm de investigar a fundo" o incidente e "garantir que os responsáveis sejam levados à justiça".

"O julgamento por tentativa de homicídio na sequência de um ataque semelhante em 2016 ao editor do Lesotho Times, Lloyd Mutungamiri, está a avançar lentamente há anos. As autoridades devem enviar um sinal claro àqueles que pensam que podem atacar ou matar jornalistas sem consequências de que, pelo menos no caso de Joki, haverá uma responsabilização rápida", reiterou.

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