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Ucrânia. Cruz Vermelha alerta para efeito de munições por detonar

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou hoje que as munições por detonar que cobrem os campos da Ucrânia poderão inutilizar terras agrícolas férteis durante anos, além de ameaçarem a vida da população.

Ucrânia. Cruz Vermelha alerta para efeito de munições por detonar
Notícias ao Minuto

15:41 - 16/05/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

A agricultura é um dos setores vitais para a economia da Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, mas que já enfrentava, até então, uma guerra separatista no leste desde 2014.

"Diariamente, [os agricultores ucranianos] têm de decidir se arriscam a vida para cultivar as terras ou se arriscam perder o rendimento e os meios financeiros para sustentar a família", disse o chefe da unidade de contaminação de armas do CICV em Kyiv.

Falando por vídeo a jornalistas em Genebra, Suíça, a partir de Kyiv, Duncan disse que a contaminação da Ucrânia por bombas, obuses e minas avança a um ritmo superior ao da sua eliminação.

Além das ameaças imediatas, o CICV alertou para os problemas a longo prazo, por ser necessário mobilizar recursos significativos para inspecionar as vastas áreas afetadas e começar a desminar.

"Isto pode tornar inutilizáveis partes significativas de terras aráveis durante anos", advertiu o CICV num comunicado citado pela agência francesa AFP.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores de cereais do mundo, o que constitui uma preocupação não só a nível interno, mas também a nível internacional.

O solo da Ucrânia é "crucial para o fornecimento de cereais a preços acessíveis para alimentar as pessoas em todo o mundo", disse Duncan.

O conflito armado provocou receios de uma grave crise alimentar quando os principais portos ucranianos foram bloqueados por navios de guerra russos.

Em julho de 2022, as Nações Unidas e a Turquia conseguiram negociar acordos separados com Kyiv e Moscovo que permitiram à Ucrânia retomar o transporte marítimo dos produtos agrícolas.

Os chamados acordos de cereais do Mar Negro foram renovados recentemente, em 19 de março, mas a Rússia tem ameaçado retirar-se, alegando que as sanções ocidentais a impedem de exportar fertilizantes, como estava previsto.

Desde que entrou em vigor, a iniciativa permitiu o transporte de mais de 30 milhões de toneladas métricas de cereais e géneros alimentícios da Ucrânia, segundo a ONU.

Hoje mesmo, um navio com 62 mil toneladas métricas de milho zarpou do porto ucraniano de Odessa (sudoeste) com destino à Arábia Saudita, de acordo com o relatório de movimentos disponibilizado pela ONU.

No âmbito dos acordos, o navio terá ainda de ser inspecionado no porto de Istambul, onde está instalado o centro de coordenação da iniciativa, com representantes russos, ucranianos, turcos e da ONU.

China, Espanha e Turquia são os países que receberam mais produtos ucranianos ao abrigo da iniciativa, numa lista de 28 destinos em que Portugal surge na nona posição, com mais de 708 mil toneladas, segundo a ONU.

Leia Também: Ucrânia. Moscovo vigia tentativas da CIA para recrutar cidadãos russos

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