Meteorologia

  • 20 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 20º

Polícia morre em distúrbios com apoiantes do líder da oposição no Senegal

Um agente da polícia foi hoje morto no sul do Senegal durante confrontos entre a polícia e apoiantes do líder da oposição e candidato presidencial Ousmane Sonko, anunciou o Governo senegalês.

Polícia morre em distúrbios com apoiantes do líder da oposição no Senegal
Notícias ao Minuto

19:35 - 15/05/23 por Lusa

Mundo Senegal

O ministro do Interior do Senegal, Antoine Félix Abdoulaye Diome, anunciou em comunicado a morte de um polícia em Ziguinchor "na sequência de um trágico acidente provocado por uma viatura blindada do Grupo Móvel de Intervenção (GMI)".

A morte do agente ocorreu durante confrontos que começaram de manhã perto da casa de Sonko, que é também o presidente da câmara da cidade, quando a polícia chegou numa altura em que centenas de jovens estavam reunidos no local para tentar impedir a possível detenção do seu líder.

Além disso, de acordo com a Agência de Imprensa Senegalesa (APS, na sigla em francês), que se referiu a fontes hospitalares, três apoiantes do líder da oposição ficaram feridos e foram transportados para o hospital de Ziguinchor.

Durante os tumultos, a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os jovens, que responderam com pedras e bloquearam as ruas com troncos e pedras para dificultar o acesso à casa do líder da oposição.

Os protestos estenderam-se a vários pontos da periferia da capital, Dacar, onde os manifestantes ergueram barricadas e incendiaram pneus.

Desde o fim de semana passado, os apoiantes de Sonko têm estado a guardar a sua casa, no meio de rumores sobre a iminente detenção do político, relacionada com o início de um julgamento previsto para terça-feira, por alegadamente ter violado e ameaçado de morte uma massagista.

No início de maio, Sonko anunciou que não responderia mais às convocações do tribunal sem que a sua segurança fosse garantida, depois de ter sido atingido por gás lacrimogéneo pelas forças de segurança quando se dirigia para o tribunal em março passado.

O processo pelo qual será julgado terça-feira remonta ao início de 2021 e esteve na origem de violentos protestos em março desse ano, que causaram a morte de pelo menos 14 pessoas - 12 das quais mortas a tiro, segundo a organização Amnistia Internacional -, depois de Sonko ter sido detido "por perturbação da ordem pública" quando se preparava para comparecer num tribunal de Dacar, rodeado por uma multidão de apoiantes.

O líder da oposição foi também condenado, em 8 de maio, a uma pena de prisão suspensa de seis meses por difamação e calúnia pública de um ministro senegalês, depois de o ter acusado de corrupção, uma sentença que põe em causa a sua elegibilidade para participar nas eleições presidenciais previstas para fevereiro de 2024.

Sonko denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente, Macky Sall, eleito em 2012 e reeleito em 2019, para o excluir da corrida presidencial.

Tanto a possível desqualificação de Sonko das eleições presidenciais como o possível anúncio de uma terceira candidatura de Sall, que não é permitida pela Constituição, estão a deixar o país em suspenso.

Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês e goza de forte apoio no seio da juventude senegalesa.

Leia Também: Opositor senegalês Ousmane Sonko condenado a pena suspensa de seis meses

Recomendados para si

;
Campo obrigatório