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Abu Akleh morreu há um ano. E justiça? "Não há investigação séria"

A jornalista com nacionalidade palestiniana e estadunidense morreu a 11 de maio de 2022. FBI ainda não falou com testemunhas que serão essenciais para a investigação.

Abu Akleh morreu há um ano. E justiça? "Não há investigação séria"
Notícias ao Minuto

18:34 - 11/05/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Jornalista

Um ano depois da morte de Shireen Abu Akleh, a jornalista que foi morta por um soldado israelita em Jenin, na Cisjordânia, a justiça ainda foi feita e, de acordo com as publicações internacionais, pode estar longe de acontecer. 

O ataque aconteceu a 11 de maio de 2022, e, apesar de Israel ter dito que o tiro que tirou a vida a esta jornalista da Al Jazeera, com dupla nacionalidade - palestiniana e estadunidense -, poderia ter vindo da Palestina, acabaram, mais tarde, por admitir que poderia ter disparado "acidentalmente". Ninguém do exército israelita foi acusado até agora ou nenhuma ordem disciplinar foi anunciada.

"O ano que passou tem sido devastador. Tem sido muito difícil para nós compreender esta perda", referiu à NBC News uma sobrinha da vítima, Lina Abu Akleh. "Não queremos que passe mais um dia sem ser feita justiça. Queremos ir poder dormir sabendo que o soldado que a matou vai ser responsabilizado", explicou a familiar, durante uma cerimónia em que recordaram a memória da jornalista, que morreu aos 51 anos. Numa audição pública na Organização das Nações Unidas (ONU) já tinha dito que o tiro foi deliberado. 

Ainda segundo a publicação norte-americana, o Departamento Federal de Investigação (Federal Bureau of Investigation, FBI, na sigla em inglês) ainda não falou com testemunhas essenciais para a investigação prosseguir, como é o caso da jornalista palestiniana que estava com Abu Akleh quando esta foi atingida. "Não há uma investigação séria", notou a jornalista. "É só conversa para ver se a história morre", acrescentou Shatha Hanaysha, que falou também perante a ONU.

Também o responsável pela Al Jazeera na região disse que este departamento não contactou ninguém da redação, incluindo as pessoas que estavam com a jornalista quando esta foi morta.

Apesar da pressão da ONU e de alguns democratas na resolução deste caso, a administração Biden parece não estar a fazer tudo para que a investigação prossiga. Já o governo de Israel anunciou, em novembro, que não ia colaborar com a investigação do FBI.

O ministro da Defesa israelita da altura, Benny Gantz, referiu mesmo que a decisão dos Estados Unidos investigarem o tiroteio era "um erro grave" e acusaram Washington de "interferir nos assuntos internos de Israel".

Sem a cooperação do governo israelita o FBI não tem permissão para falar com o exército do país, incluindo responsáveis de topo ou militares que estavam na altura no local.

A morte da jornalista mobilizou pessoas por todo o mundo, incluindo em Lisboa, Portugal, onde centenas de pessoas se manifestaram em solidariedade com a Palestina, pedindo justiça para Shireen Abu Akleh.

Leia Também: Palestina. Jornalista Shireen Abu Akleh morta por soldado israelita

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