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Bebés com ADN de três pessoas nascem pela primeira vez no Reino Unido

Procedimento de fertilização in vitro (FIV) evita que crianças herdem doenças genéticas raras.

Bebés com ADN de três pessoas nascem pela primeira vez no Reino Unido
Notícias ao Minuto

20:19 - 10/05/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Reino Unido

Nasceram, pela primeira vez, no Reino Unido, bebés gerados com recurso ao material genético de três pessoas.

A informação foi confirmada na quarta-feira pela Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia, que confirmou o nascimento de "menos de cinco bebés" desta forma no Reino Unido, não fornecendo, contudo, mais detalhes. Sublinhe-se que este é um esforço para evitar que as crianças herdem doenças genéticas raras.

A Associated Press nota que, em 2015, o Reino Unido tornou-se no primeiro país a adotar legislação que regula métodos para ajudar a impedir que mulheres com distúrbios mitocondriais passem defeitos genéticos para os seus bebés, que podem resultar em doenças como distrofia muscular, epilepsia, deficiência intelectual, entre outras.

A técnica usa tecido de óvulos de dadoras saudáveis para criar embriões livres de mutações genéticas nocivas que as mães provavelmente transmitiriam aos filhos.

Segundo o artigo do The Guardian, que começou por avançar a notícia, os embriões assim gerados com esta técnica combinam o material genético do espermatozoide e do óvulo dos pais biológicos com o das mitocôndrias (organelos celulares) saudáveis do óvulo da dadora.

Desta forma, o bebé nascido tem ADN (mais de 99,8%) da mãe e do pai, como sempre, mas também uma pequena quantidade de material genético - cerca de 37 genes - de uma dadora.

A legislação no Reino Unido foi alterada em 2015 para permitir o tratamento de doação mitocondrial, com o Centro de Fertilidade de Newcastle a ser a única unidade no país licenciada para o fazer.

De acordo com o The Guardian, o regulador aprovou este tratamento para pelo menos 30 casos. Na Grã Bretanha todas as mulheres submetidas ao tratamento têm de obter a aprovação da Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia que, para serem elegíveis, não podem ter outras opções disponíveis para evitar a transmissão de doenças genéticas.

O esperma do pai é usado para fertilizar os óvulos da mãe afetada e de uma dadora saudável.

Em seguida, o material genético nuclear do óvulo da dadora é removido e substituído pelo do óvulo fertilizado do casal, que carrega o ADN de ambos os progenitores e as mitocôndrias saudáveis da dadora em vez das mitocôndrias defeituosas da mãe.

Este óvulo é depois transplantado no útero da progenitora.

Segundo estudos, a técnica não é isenta de riscos: um pequeno número de mitocôndrias anormais que inevitavelmente são transferidas do óvulo da mãe para o óvulo da dadora pode multiplicar-se quando o bebé está no útero da progenitora, causando doença na criança.

Em 2016, um médico norte-americano anunciou o nascimento, no México, do primeiro bebé gerado com doação mitocondrial.

Antes do tratamento feito pelo médico, a mãe do bebé teve quatro abortos espontâneos e dois filhos que morreram com oito meses e seis anos.

A mulher tinha mitocôndrias com mutações genéticas que causam a Síndrome de Leigh, uma doença neurodegenerativa hereditária rara que afeta o sistema nervoso central e pode ser fatal.

Leia Também: Dez medidas acessíveis podem evitar morte de um milhão de bebés

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