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Estados Unidos contra reintegração da Síria na Liga Árabe "neste momento"

Os Estados Unidos criticaram hoje a decisão da Liga Árabe de reintegrar a Síria, mais de onze anos depois da sua exclusão devido à repressão de uma revolta popular que resultou numa guerra, defendendo não ser o momento indicado.

Estados Unidos contra reintegração da Síria na Liga Árabe "neste momento"
Notícias ao Minuto

21:30 - 08/05/23 por Lusa

Mundo Síria

"Não acreditamos que a Síria mereça ser readmitida na Liga Árabe neste momento", sublinhou o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, em declarações aos jornalistas.

"Continuamos a acreditar na não normalização das nossas relações com o regime de Al-Assad e não apoiamos que os nossos aliados e parceiros o façam", acrescentou.

Washington há muito se opõe a qualquer normalização com o Presidente sírio, Bashar al-Assad.

Depois de a ter suspendido em 2011, a Liga Árabe readmitiu a Síria no fim de semana, mas apelou a "medidas práticas e eficazes para avançar gradualmente para uma solução da crise", processo que será desenvolvido "passo a passo", bem como para que Damasco permita a entrega de ajuda humanitária "a todos os necessitados na Síria", ou seja, também nas zonas não controladas pelo Governo.

Para tal, foi também decidido criar um comité de contacto ministerial composto pelo Egito, Líbano, Iraque, Arábia Saudita e Jordânia para dar seguimento à "Declaração de Amã", de 01 de maio, que define uma série de condições para a reintegração regional da Síria.

Esta declaração inclui, entre outros pontos, o regresso voluntário dos refugiados, a saída das forças estrangeiras "ilegais" da Síria, a luta contra o tráfico de droga e o reinício dos trabalhos da Comissão Constitucional para redigir uma nova Constituição do país, tarefa que a ONU tenta realizar há anos.

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, afirmou, no entanto, que a readmissão "não é uma decisão para estabelecer relações normais entre os países árabes e a Síria, pois tal depende de uma decisão soberana de cada país".

No domingo, numa reunião de emergência, os chefes das diplomacias dos países da Liga Árabe concordaram reintegrar a Síria na organização, após 12 anos de suspensão devido à repressão dos protestos que ameaçaram derrubar o Governo de Bashar al-Assad.

A reconciliação árabe com a Síria, impulsionada principalmente pela Arábia Saudita, tem estado em cima da mesa, especialmente depois de Riade e Teerão, este último um aliado próximo de Bashar al-Assad, terem normalizado as relações no início de março.

A decisão implica que o Governo sírio é agora "um membro como o resto dos países" da organização e "tem o direito de participar de todas as atividades e eventos".

Segundo o comunicado conjunto da reunião, o regresso da Síria à Liga Árabe fica condicionado ao cumprimento de um conjunto de exigências com o objetivo de resolver a crise desencadeada após os protestos contra Bashar al-Assad e que provocou um conflito que assola o país desde 2011.

O conflito levou muitos países da região a cortarem ou a esfriarem as suas relações com Damasco, mas vários deles estão aparentemente em rota de reaproximação desde os terramotos que atingiram a Síria (e a vizinha Turquia) em fevereiro passado.

O principal obstáculo ao regresso da Síria à Liga Árabe tem sido o Qatar, um dos principais apoiantes da oposição síria.

O conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 490 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.

Leia Também: Síria. UE só normalizará relações quando Assad deixar de reprimir povo

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