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Celebrar libertação de nazis e atacar Ucrânia? "Clara contradição"

O governo alemão sublinhou hoje a contradição da Rússia de celebrar a libertação do nazismo e atacar a Ucrânia, reiterando que está nas mãos de Moscovo pôr fim à guerra no país vizinho.

Celebrar libertação de nazis e atacar Ucrânia? "Clara contradição"
Notícias ao Minuto

15:47 - 08/05/23 por Lusa

Mundo Alemanha

Numa conferência de imprensa regular, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Hebestreit, indicou que, mais uma vez, durante a noite de domingo e madrugada de hoje, a Rússia atacou infraestruturas civis e população civil ucranianas.

"E isso, no dia em que comemoramos os 78 anos do final da Segunda Guerra Mundial, também com a importante contribuição do Exército Vermelho, que ajudou a libertar a Alemanha", o que "é uma clara contradição" em relação à situação atual, declarou.

O porta-voz insistiu que quem pode acabar com esta guerra "de um dia para o outro" é o Presidente russo, Vladimir Putin.

"Pode parar de bombardear cidades ucranianas, pode cessar os seus ataques a regiões inteiras, pode retirar as suas tropas da Ucrânia e, se quiser, então, convidar para conversações de paz, mas o que está a acontecer é precisamente o contrário", observou.

Também a ministra da Cultura alemã, Claudia Roth, criticou, num comunicado, que enquanto hoje se comemora o fim do conflito mundial, "volte a haver guerra na Europa, uma guerra criminosa de agressão lançada pela Rússia contra a Ucrânia".

"Por causa disso, as pessoas estão a perder as suas vidas, os seus entes queridos, as suas casas, e a Rússia de Putin está a tentar privá-los de toda a sua cultura. Para a propaganda desta guerra criminosa de agressão, Putin também está a apropriar-se de forma indevida da memória do 08 de maio da pior das formas", sustentou.

Roth acrescentou ainda que esta data "representa o compromisso diário com a paz, a liberdade, a democracia e a autodeterminação numa Europa comum e unida".

"Hoje partilhamos esta memória para o futuro com os nossos parceiros da Europa e os nossos amigos na Ucrânia, de cujo lado estamos", vincou.

A ministra revelou também que a exposição permanente do Museu de Berlim-Karlhorst, situado no edifício onde representantes da Wehrmacht (nome das Forças Armadas da Alemanha nazi) assinaram, na noite de 08 para 09 de maio de 1945 a capitulação incondicional perante as quatro potências aliadas (Reino Unido, França, Estados Unidos e União Soviética), está a ser revista para incluir os mais recentes resultados de investigações sobre esse período da história e os acontecimentos atuais.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 439.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

ANC //APN

Lusa/Fim

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