O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kananí, "felicitou o sucesso da Síria em recuperar o seu lugar na Liga Árabe", sublinhando que isso ajudará a estabilizar a região.
"A resolução de disputas entre países muçulmanos, bem como a convergência e sinergia entre eles, gerará resultados favoráveis para a estabilidade e a paz coletiva", afirmou Kananí em comunicado.
O diplomata também pediu a "diminuição da interferência estrangeira nos assuntos regionais", numa aparente alusão aos Estados Unidos.
Os chefes das diplomacias dos países da Liga Árabe concordaram no domingo durante uma reunião de emergência reintegrar a Síria na organização, após 12 anos de suspensão devido à repressão dos protestos que ameaçaram derrubar o governo do Presidente sírio Bashar al-Assad.
"A reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros árabes acordou o regresso da Síria ao seu lugar na Liga Árabe", anunciou o porta-voz do ministério iraquiano, Ahmed Al-Sahaf, citado pela agência noticiosa iraquiana INA.
A reconciliação árabe com a Síria, impulsionada principalmente por Riade, tem estado em cima da mesa, especialmente depois de a Arábia Saudita e o Irão, um aliado próximo de Al-Assad, terem normalizado as relações no início de março.
A decisão implica que o governo sírio é agora "um membro como o resto dos países" da organização e "tem o direito de participar de todas as atividades e eventos".
De acordo com um comunicado conjunto após a reunião, o regresso da Síria à Liga Árabe fica condicionado ao cumprimento de um conjunto de exigências com o objetivo de resolver a crise desencadeada após os protestos contra Al-Assad e que provocou um conflito que assola o país desde 2011.
A adesão da Síria à organização pan-árabe foi suspensa na sequência da repressão brutal com que o governo de Al-Assad reagiu às revoltas populares de 2011 contra o regime e que, posteriormente, conduziram a um conflito armado.
A mesma razão levou muitos países da região a cortarem ou a esfriarem as suas relações com Damasco, mas vários deles estão aparentemente em rota de reaproximação desde os terramotos que atingiram a Síria em fevereiro.
O principal obstáculo ao regresso da Síria tem sido o Qatar, um dos principais apoiantes da oposição síria.
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