Meteorologia

  • 04 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 21º

Transgénero detida no Ruanda por alterar passaporte para novo género

Uma estilista ruandesa transgénero, com o Presidente Paul Kagame entre os seus clientes, foi detida sob a acusação de falsificação, após ter afirmado que tinha um passaporte alterado para refletir o seu novo género, informou hoje a polícia.

Transgénero detida no Ruanda por alterar passaporte para novo género
Notícias ao Minuto

15:36 - 28/04/23 por Lusa

Mundo Ruanda

Moses Turahirwa, 35 anos, foi detida na quinta-feira depois de ter partilhado uma fotografia do seu passaporte na rede social Instagram, alegando que a secção do género tinha sido alterada de masculino para feminino.

"Finalmente, oficialmente uma mulher no meu bilhete de identidade. Isto é divertido. Obrigada Kagame", publicou Moses Turahirwa, que se identifica como "ela/eles" nas redes sociais.

"Moses Turahirwa foi convocada pelo RIB (Rwanda Bureau of Investigation) para explicar a origem do passaporte falso, depois de a Direção-Geral de Imigração e Emigração ter confirmado que não emitiu o referido passaporte", disse o porta-voz do RIB, Thierry Murangira.

A mesma fonte avançou que " o uso de estupefacientes foi acrescentado aos crimes de que Turahirwa é acusado depois de os testes efetuados pelo laboratório forense do Ruanda terem confirmado que consumiu ilegalmente canábis".

"A investigação prosseguirá durante a sua prisão preventiva", acrescentou.

Ex-modelo e fundadora da casa de moda Kigali Moshions, Moses Turahirwa demitiu-se do cargo de diretora-executiva da empresa em novembro, depois de um protesto contra fotografias de nudez publicadas nas suas redes sociais.

Em janeiro, a estilista - que desenhou roupas para Paul Kagame e a sua família - foi alvo de críticas no Ruanda depois de ter sido revelado um vídeo que a mostrava a ter relações sexuais com dois homens.

A homossexualidade não é ilegal no Ruanda, ao contrário de vários dos seus vizinhos (Tanzânia, Uganda, Burundi).

Embora o Ruanda seja um dos poucos países africanos a assinar uma declaração conjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2011 que condena a violência contra as pessoas LGBTQ (sigla para lésbicas, 'gays', bissexuais, transgénero e 'queer'), os abusos e a estigmatização são recorrentes.

Leia Também: Eleita transgénero impedida de falar no parlamento do Montana

Recomendados para si

;
Campo obrigatório