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PR sul-africano expressa "profunda tristeza" por morte de Harry Belafonte

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, expressou hoje a sua "profunda tristeza" pela morte do cantor, ator e ativista afro-americano Harry Belafonte, recordando a sua luta contra o sistema segregacionista do 'apartheid'.

PR sul-africano expressa "profunda tristeza" por morte de Harry Belafonte
Notícias ao Minuto

14:27 - 26/04/23 por Lusa

Mundo Cantor

"Harry Belafonte ocupa um lugar especial nos corações dos sul-africanos e em muitas pessoas em todo o mundo pelo seu extraordinário talento e a qualidade da sua personalidade, mas também pela sua posição contra o 'apartheid' no melhor momento da sua carreira internacional", disse Ramaphosa, num comunicado.

De acordo com o Presidente sul-africano, Belafonte "teve um papel decisivo na manutenção do boicote cultural liderado pelas Nações Unidas contra o 'apartheid' na África do Sul".

Conhecido como o "Rei do Calipso" e uma figura da defesa dos direitos civis nos Estados Unidos da América, Belafonte morreu na segunda-feira em Nova Iorque aos 96 anos.

Nascido em Harlem em 01 de março de 1927 e filho de mãe jamaicana e pai martinicano, o cantor foi voz de êxitos como "Matilda", "Day-O", "Island in the Sun", "Jamaica Farewell", "Try to Remember" ou "Coconut Woman".

Segundo o seu porta-voz, citado pelo The New York Times, Belafonte morreu devido a uma insuficiência cardíaca congestiva.

George "Harry" Belafonte descobriu o calipso -- música com influências na África Ocidental -- em criança, enquanto vivia na Jamaica, tendo sido uma das principais forças motrizes da popularidade do género nos Estados Unidos.

Inicialmente um cantor de baladas em cabarés, ganhou reconhecimento, na década de 1950, com um repertório que misturava influências norte-americanas, caribenhas e da cultura negra de Harlem.

Em 1955, "Day-O (The Banana Boat Song)" foi um sucesso, tendo o álbum "Calipso", publicado no ano seguinte, sido o primeiro na história a somar mais de um milhão de cópias vendidas.

No campo da representação, foi protagonista em "Carmen Jones" (1954), de Otto Preminger, "The Staircase" (Robert Wise, 1959), "Kansas City" (1996), de Robert Altman, "Buck and His Partner", de e com Sidney Poitier (1972) e "Bobby" (Emilio Estevez, 2006), sobre o assassinato de Robert F. Kennedy.

Foi o primeiro ator negro a protagonizar uma história de amor com uma atriz branca em "Uma Ilha ao Sol", de Robert Rossen, em 1957, e o primeiro afro-americano a produzir um programa de televisão e a ganhar um Emmy, em 1959.

Ao longo da carreira, Belafonte recolheu três Grammy, um Emmy e um Tony, tendo sido integrado no Rock and Roll Hall of Fame no ano passado.

O seu carisma e qualidades vocais deram-lhe a plataforma que acabou por utilizar na luta contra a segregação racial nos EUA, tendo-se tornado um angariador de fundos para as campanhas dos direitos civis e um amigo próximo de Martin Luther King Jr.

Nomeado embaixador da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 1987, Belafonte passou algum tempo em África, em particular no Quénia, e contestou o 'apartheid' na África do Sul.

Foi um dos principais promotores da canção "We Are The World", que em 1985 reuniu 45 artistas norte-americanos para angariar fundos na luta contra a fome na Etiópia.

Casado três vezes, Harry Belafonte teve três filhas, entre as quais a cantora, atriz e modelo Shari Belafonte, e um filho das suas duas primeiras mulheres.

Leia Também: Cantor norte-americano Harry Belafonte morre aos 96 anos

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