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"A cada dia estamos mais perto da vitória", diz Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recusou hoje deixar cair nas mãos das forças russas a localidade de Bakhmut, onde as suas tropas enfrentam duros ataques dos mercenários russos da Wagner, antes da anunciada contraofensiva ucraniana.

"A cada dia estamos mais perto da vitória", diz Zelensky
Notícias ao Minuto

20:04 - 24/04/23 por Lusa

Mundo Volodymyr Zelensky

"Não podemos desistir de Bakhmut, pois isso contribuiria para expandir a frente e permitiria que as tropas russas e os [mercenários] Wagners capturassem mais território", disse Zelensky ao canal Al-Arabiya.

As unidades de assalto da empresa militar privada Wagner ocuparam cerca de vinte quarteirões da cidade nos últimos dias, embora à custa de um grande número de baixas, de acordo com as autoridades de Kyiv.

Zelensky pretende continuar a resistir apesar da insistência de vários aliados sobre a duvidosa importância estratégica daquele bastião na província de Donetsk, no leste do país, onde a batalha dura há largos meses com elevadas baixas de ambas as partes.

"Se a Rússia tomar Bakhmut, pode tornar-se num trampolim para o avanço em direção a duas cidades ainda maiores na região de Donetsk - Kramatorsk e Sloviansk", afirmou.

O líder ucraniano reconheceu que a situação em vários setores da frente é complicada, mas que a Ucrânia "está mais forte do que há um ano".

Zelensky destacou que o escândalo da fuga de documentos secretos dos Estados Unidos, a serem fidedignos, com informação sensível sobre a Ucrânia, não teve impacto nos preparativos da contraofensiva do exército ucraniano, acrescentando: "A cada dia estamos mais perto da vitória".

Considerou ainda que, quando os aliados apoiam Kyiv, estão na verdade a ajudar-se a si mesmos, uma vez que "a verdade é que a Rússia não vai parar na Ucrânia e isso está claro para todos".

Enquanto isso, o líder da Wagner, Yevgueni Prigojin, afirmou que, após quase nove meses de combates, as forças ucranianas controlam uma área não superior a um ou dois quilómetros em Bakhmut.

"A nossa tarefa é oprimir o exército ucraniano, não lhe dar a oportunidade de se preparar para a contraofensiva. Fazemos isso com muito sucesso", declarou.

A propósito da contraofensiva, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu hoje à União Europeia (UE) que intervenha para acelerar o fornecimento de munições a Kyiv.

Entre as necessidades mais urgentes, Kuleba mencionou "mais veículos blindados, tanques e sistemas de artilharia, artilharia de longo alcance e munições".

Kuleba, que já expressou a sua frustração na semana passada com a incapacidade da UE de implementar o seu plano de angariar, comprar e produzir um milhão de munições para a Ucrânia, sustentou, por outro lado, que "não há argumento racional" para impedir o envio de F-16 e aviões de combate para o seu país, alegando que "a superioridade aérea sobre o inimigo salvará vidas de soldados e civis".

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) norte-americano assegurou hoje no seu relatório diário que Kyiv preparou nove brigadas mecanizadas para a esperada contraofensiva, cinco a mais do que as usadas para recapturar Kharkiv em setembro de 2022.

Para isso, terá que contar com blindados, tanques de guerra e, o mais importante, muitas munições, face a uma estimativa de uma mobilização por Moscovo de 120.000 soldados, segundo Kyiv.

Prigojin afirmou que assim que o Grupo Wagner terminar a missão em Bakhmut, no mesmo dia começará a contraofensiva ucraniana.

Sobre a possível ofensiva russa na direção de Sloviansk e Kramatorsk, comentou que as suas forças continuam em condições de o fazer, "pois a situação num raio de 10 quilómetros de Bakhmut não mudará após a sua captura".

"Zelensky vai precisar de uma grande vitória. E para isso vai começar a contraofensiva", alertou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Ucrânia prepara "ativamente novas brigadas e unidades", diz Zelensky

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