Os cidadãos americanos e dois russos foram adicionados a um caso do tribunal federal em Tampa, Florida, envolvendo Aleksandr Ionov, descrito como o fundador de uma organização com sede em Moscovo financiada pelo governo russo para realizar uma campanha de influência clandestina nos EUA.
Os quatro americanos fazem parte do Partido Socialista do Povo Africano e do Movimento Uhuru, que tem filiais em St. Petersburg, Florida e St. Louis, e entre os acusados está ainda Omali Yeshitela, o fundador e presidente da organização, que foi invadida pelo FBI no verão, quando Ionov foi acusado.
Omali Yeshitela e três outros cidadãos americanos - Penny Joanne Hess, Jesse Nevel e Augustus C. Romain Jr - são acusados de conspiração por fraude nos EUA, e Hess, Yeshitela e Nevel são também acusados de se fazerem passar por agentes de um governo estrangeiro. Já Ionov e os outros dois russos, que permanecem no seu país, enfrentam acusações de conspiração por fraude.
"O serviço de inteligência estrangeiro da Rússia supostamente usou como arma os nossos direitos da Primeira Emenda -- liberdades que a Rússia nega a seus próprios cidadãos -- para dividir os americanos e interferir nas eleições nos Estados Unidos", disse o procurador-geral adjunto Matthew Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça norte-americano.
"O departamento não hesitará em expor e processar aqueles que semeiam a discórdia e corrompem as eleições dos EUA a serviço de interesses estrangeiros hostis, independentemente de os culpados serem cidadãos americanos ou estrangeiros", disse Matthew Olsen em comunicado.
Em março de 2022, Yeshitela deu uma conferência de imprensa na qual disse que "o Partido Socialista do Povo Africano pede unidade com a Rússia na guerra defensiva na Ucrânia contra as potências coloniais mundiais", e pediu a independência da região de Donetsk, ocupada pela Rússia, no leste da Ucrânia.
Além disso, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou uma acusação à cidadã russa Natalia Burlinova, por conspirar com a inteligência russa para recrutar académicos e pesquisadores dos EUA para participar de programas que promovem os interesses russos.
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