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Ucrânia. Lula pede a EUA e UE para não "encorajar a guerra"

Opresidente brasileiro defendeu hoje, no final de uma visita à China, que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra" na Ucrânia e a União Europeia deve "começar a falar de paz".

Ucrânia. Lula pede a EUA e UE para não "encorajar a guerra"
Notícias ao Minuto

06:15 - 15/04/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

"Os Estados Unidos devem parar de encorajar a guerra e começar a falar de paz, a União Europeia deve começar a falar de paz", disse Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas, em Pequim, antes de partir para os Emiratos Árabes Unidos.

Desta forma, explicou, a comunidade internacional poderá "convencer" o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo".

Lula, que voltou ao poder em janeiro, após dois mandatos entre 2003 e 2010, fez uma visita de dois dias à China para reforçar os laços económicos com o seu principal parceiro comercial. Aproveitou também a oportunidade para dizer que o Brasil estava "de volta" à cena internacional que espera ter um papel na mediação no conflito na Ucrânia.

O líder terá agora de gerir um delicado ato de equilíbrio entre os Estados Unidos, com os quais mantém fortes laços, e a China.

A viagem à China, que incluiu uma parte mais económica em Xangai e uma parte mais política em Pequim, onde se encontrou com Xi Jinping, aconteceu após a visitar Washington em fevereiro.

Lula disse estar convencido de que o fortalecimento dos laços entre Brasília e Pequim não prejudicaria a relação do seu país com os Estados Unidos.

Ao contrário de várias potências ocidentais, a China e o Brasil nunca impuseram sanções financeiras à Rússia e ambos estão a tentar posicionar-se como mediadores.

O Presidente brasileiro está a promover a ideia de um grupo de países cujo objetivo seria trabalhar pela paz na Ucrânia, e antes da visita à China prometeu que este grupo seria "criado" quando regressasse a Brasília.

"É necessária paciência" para falar com Putin e Zelensky, disse. "Mas, acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar", acrescentou.

Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou na sexta-feira que a reunião entre os chefes da diplomacia brasileiro e russo, na segunda-feira em Brasília, terá como temas principais a guerra na Ucrânia e o desenvolvimento de potenciais parcerias.

Na primeira viagem do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ao Brasil desde 2019, as duas diplomacias vão abordar "o potencial da parceria estratégica brasileiro-russa (...) e as perspetivas da cooperação em áreas de interesse comum, com foco em comércio e investimentos, ciência e tecnologia, meio ambiente, energia, defesa, cultura e educação, bem como o fortalecimento do diálogo político sobre temas bilaterais, internacionais e regionais", indicou o Itamaraty em comunicado.

Sergei Lavrov estará em Brasília na segunda-feira, onde será recebido no Palácio Itamaraty pelo seu homólogo, Mauro Vieira.

"A visita também será ocasião para tratar do conflito na Ucrânia. O Brasil tem defendido, nos foros internacionais e em contactos bilaterais, a cessação imediata de hostilidades e a importância de conjugar esforços diplomáticos que facilitem o alcance de solução pacífica negociada", acrescentou.

Leia Também: Brasil e China defendem que diálogo e negociação são "única solução viável"

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