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Imagens de satélite mostram preparativos russos para defender Crimeia

A Rússia tem estado a fortificar a península da Crimeia, que anexou em 2014, antecipando uma possível ofensiva ucraniana para a reconquistar, segundo imagens de satélite analisadas pela televisão Al Jazeera.

Imagens de satélite mostram preparativos russos para defender Crimeia
Notícias ao Minuto

16:49 - 12/04/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

As imagens mostram que, entre fevereiro e março, a fronteira da Crimeia e as áreas circundantes foram transformadas numa "barreira fortificada antes de uma esperada contraofensiva de primavera pelas forças ucranianas".

"Em particular, uma extensa rede de trincheiras e defesas foi construída e estende-se agora através das aldeias fronteiriças da Crimeia", disse a cadeia televisiva com sede no Qatar.

No mesmo período, a Rússia também construiu e expandiu várias bases militares na região, segundo as imagens de satélite fornecidas pela empresa norte-americana Planet.com.

A Ucrânia foi novamente invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, e, desde então, Moscovo declarou as regiões de Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk como parte do território da Federação Russa.

As autoridades de Kiev têm afirmado que o fim da guerra iniciada por Moscovo há 13 meses passa pela recuperação das fronteiras de 1991.

Especialistas que viram as imagens admitiram à Al Jazeera que as barreiras russas poderão dificultar e tornar dura uma ofensiva para reconquistar a Crimeia.

As fotografias tiradas pelos satélites mostram ainda que nenhuma das trincheiras estava finalizada, o que pode indiciar falta de mão-de-obra, segundo a Al Jazeera.

"Todas [as imagens] indicam trabalho em curso, uma vez que as redes de trincheiras não estão ligadas e faltam trincheiras de comunicações completas", disse Zev Faintuch, analista de segurança da empresa Global Guardian.

Em setembro, o comandante-chefe das forças armadas ucranianas, general Valery Zaluzhnyi, e o tenente-general Mykhailo Zabrodskyi escreveram um documento de estratégia em que descreveram a Crimeia como "o centro de gravidade" da invasão russa da Ucrânia.

Consideraram também a Crimeia como um território que permitiria sempre à Rússia ameaçar a Ucrânia.

"A Crimeia foi e continua a ser a base para linhas de comunicação no flanco estratégico sul da agressão russa", escreveram.

Os dois generais defenderam, no documento, ser "lógico assumir o planeamento para 2023 de uma operação ou de uma série de operações para confiscar a península".

Defenderam ainda que as "armas modernas fornecidas pelos parceiros da Ucrânia" deveriam equipar as brigadas militares necessárias para uma ofensiva na Crimeia.

Em finais de janeiro, os aliados ocidentais decidiram fornecer à Ucrânia armas ofensivas, prometendo 258 tanques de combate principais e centenas de veículos de combate blindados.

O líder da Crimeia nomeado por Moscovo, Serguei Aksyonov, disse, na terça-feira, que a região está preparada para uma possível contraofensiva ucraniana.

Aksyonov disse que as forças russas na Crimeia construíram "defesas modernas e profundas" e têm tropas e armamento "mais do que suficiente" para repelir qualquer ataque ucraniano.

"Não podemos subestimar o inimigo, mas podemos definitivamente dizer que estamos prontos [para um ataque] e que não haverá nenhuma catástrofe", disse Aksyonov, citado pela agência norte-americana AP.

Leia Também: Ativistas denunciam aumento de perseguições russas na Crimeia

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