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EUA alertam que China pode conquistar Taiwan em eleições "sem um só tiro"

Os Estados Unidos advertiram hoje de que a China poderá conquistar Taiwan "sem um só tiro", se o Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês, PNCh), próximo de Pequim, vencer as eleições presidenciais taiwanesas de 13 de janeiro de 2024.

EUA alertam que China pode conquistar Taiwan em eleições "sem um só tiro"
Notícias ao Minuto

18:39 - 09/04/23 por Lusa

Mundo Taiwan

"Aqui há um debate político com dois partidos diferentes: um partido quer falar com a China [o Kuomintang] e o partido da [atual] Presidente, Tsai Ing-Wen [o Partido Progressista Democrático, PPD], não quer ser parte da China", afirmou o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, o republicano Michael McCaul, numa entrevista à estação televisiva NBC, em resposta a uma pergunta sobre se a população de Taiwan quer um confronto militar.

"Penso que as próximas eleições, em janeiro, vão ser de enorme importância, porque creio que, como o ex-presidente Ma [Ying Heou, do Kuomintang] está neste momento na China, a China vai tentar influenciar essas eleições e conquistar a ilha sem disparar um só tiro", sustentou McCaul, classificando o partido Kuomintang como pró-Pequim.

O congressista republicano participa num périplo por Taiwan, Coreia do Sul e Japão, iniciado após o encontro entre o presidente da Câmara de Representantes, o também republicano Kevin McCarthy, e a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-Wen, no Estado norte-americano da Califórnia, que tem sido alvo de protestos por parte de Pequim.

O próprio McCaul se reuniu hoje com Tsai e sublinhou que o que aconteceu em Hong Kong (onde Pequim impôs o seu controlo sobre o território) e a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro do ano passado, iniciando uma guerra que dura há mais de um ano e não tem poupado infraestruturas ou população civis, "abriram os olhos" à população de Taiwan que, por isso, está "muito nervosa".

O congressista norte-americano sublinhou, assim, que a capacidade militar de Taiwan "não está ao nível a que precisa de estar" para responder a uma possível invasão chinesa.

"Não está ao nível a que precisam que esteja. Se vamos ter uma paz por dissuasão, necessitamos que as armas cheguem a Taiwan", explicou McCaul, referindo-se ao fornecimento de armamento norte-americano acordado entre ambas as partes em dezembro.

O Kuomintang tem defendido uma aproximação à China, embora rejeite ser favorável a Pequim: o partido frisou que existe a necessidade de "tentar reduzir a tensão no estreito [de Taiwan] para promover os interesses da população e que as partes possam iniciar uma nova era de forma amigável".

Trata-se do mesmo partido (o Kuomintang) que controlava o Governo chinês liderado por Chiang Kai-Shek e que foi derrotado na revolução maoista que culminou com a tomada do poder em 1949.

Na altura, o Governo pró-ocidental refugiou-se na ilha de Taiwan, cujo nome oficial é República da China, em contraste com a República Popular da China, com capital em Pequim.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa rebelde e, na realidade, só 12 países de todo o mundo reconhecem formal e diplomaticamente Taiwan como um Estado independente.

Contudo, os Estados Unidos e seus aliados mantêm relações informais e apoiam com armamento a independência 'de facto' daquele território.

Leia Também: Taiwan deteta 11 navios de guerra e 70 aviões à volta da ilha

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