Numa carta enviada ao Presidente, cerca de 20 congressistas, incluindo o número dois Democrata no Senado, Dick Durbin, expressaram preocupação com relatos vindos a público em alguns meios de comunicação social de que o Governo está a ponderar restabelecer a prática "ineficaz e desumana" de deter famílias migrantes com filhos.
"Pedimos que aprendam com os erros dos seus antecessores e abandonem qualquer plano para aplicar esta política fracassada", exigem os congressistas, referindo-se aos "efeitos desastrosos" que esta prática teve durante os governos de Barack Obama (2009-2017) e de Donald Trump (2017-2021).
Na carta, os senadores alegam que a detenção das famílias não parece ter impedido os imigrantes de tentar entrar nos Estados Unidos, tornando-a uma ferramenta "ineficaz e impraticável" para gerir os problemas de imigração ilegal.
Para este grupo de congressistas, a Academia Americana de Pediatria considera que as instalações do Departamento de Segurança Interna "não respondem aos padrões básicos para o atendimento de crianças em ambientes residenciais" e dois consultores médicos do Departamento de Saúde defendem que os centros de detenção familiar representam "um alto risco de danos às crianças e às suas famílias".
Os congressistas lembram ainda que o Congresso recentemente alocou 20 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) ao Departamento de Saúde para implementar alternativas à detenção, de forma a garantir que quem apresenta pedidos de asilo cumpra a lei, sem prejudicar crianças ou famílias.
Atualmente, as famílias migrantes que cruzam a fronteira entre os EUA e o México ilegalmente não são detidas, mas podem permanecer em liberdade e devem comparecer perante um tribunal de imigração para decidir o seu caso.
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