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Tentativas de censura de livros de bibliotecas nos EUA duplicaram em 2022

O número de pedidos para censurar livros em bibliotecas dos EUA em 2022 atingiu o valor mais alto de sempre, focando-se principalmente em livros sobre as comunidades LGBTQIA+ e pessoas de cor, anunciou a Associação Americana de Bibliotecas.

Tentativas de censura de livros de bibliotecas nos EUA duplicaram em 2022

No total, no ano passado, foram feitas 1.269 solicitações para que livros fossem retirados de bibliotecas dos Estados Unidos da América (EUA), o que quase duplicou o número de 2021, revelou aquela associação, em comunicado divulgado na quarta-feira.

O número de livros que foram alvo destes pedidos foi de 2.571, um aumento de 38% face ao ano anterior, sendo que "a vasta maioria destas obras foi escrita por ou sobre membros da comunidade LGBTQIA+ e pessoas de cor".

De acordo com o mesmo comunicado, 58% das exigências visavam livros e materiais nas bibliotecas escolares e 41% obras em bibliotecas públicas.

"O uso prevalente de listas de livros compiladas por grupos organizados de censura contribuiu de forma significativa para o número exponencial de livros postos em causa [...]. Do número total de obras questionadas, 90% fizeram parte de tentativas de censurar múltiplos títulos", realçou a associação.

A diretora do gabinete da Associação Americana de Bibliotecas para a Liberdade Intelectual, Deborah Caldwell-Stone, esclareceu, citada no mesmo texto, que "colocar um livro em causa é exigir que seja removido da coleção de uma biblioteca para que mais ninguém o possa ler".

"Na grande maioria, estamos a ver estes desafios a virem de grupos organizadores de censura que fazem alvo sobre reuniões de administrações de bibliotecas locais para exigir a remoção de longas listas de livros que partilham nas redes sociais", acrescentou, sublinhando que o objetivo "é suprimir as vozes dos tradicionalmente excluídos das conversas a nível nacional, como as pessoas da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas de cor".

A presidente da Associação Americana de Bibliotecas, Lessa Kanani'opua Pelayo-Lozada, lembrou que aquela instituição "começou a documentar a colocação em causa de livros há mais de duas décadas porque queria situar o foco sobre a ameaça de censura que leitores e comunidades inteiras enfrentam".

Em setembro do ano passado, o centro norte-americano da rede literária internacional PEN divulgou um relatório, intitulado "Banido nos EUA", que tinha registado 2.532 casos de livros a serem banidos entre junho de 2021 e o mesmo mês de 2022.

Dos livros visados, 41% incluíam personagens ou temas ligados à comunidade LGBTQIA+ e 40% personagens de cor, enquanto 22% incluíam algum tipo de conteúdo sobre questões sexuais e 21% sobre raça e racismo.

De acordo com o relatório do PEN America, três em cada quatro livros abrangidos pela censura eram de ficção, sendo quase metade para jovens adultos, enquanto 19% eram livros para públicos mais novos. Apenas 11% eram livros dirigidos a adultos.

Leia Também: Biblioteca conforta ucranianos. Muitos aquecem-se, comem e usam telemóvel

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