Washington tenta repatriar americanos que continuam no Afeganistão
Os Estados Unidos estão a tentar repatriar cerca de 40 americanos que ainda se encontram no Afeganistão, disse o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, numa audiência parlamentar onde abordou a caótica retirada dos EUA do país em agosto de 2021.

© STEFANI REYNOLDS/POOL/AFP via Getty Images

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"Há cerca de 175 americanos que se afirmam como tal, com quem estamos em contacto, 44 deles estão prontos para partir e estamos a trabalhar nisso", adiantou Blinken, acrescentando que os EUA ajudaram cerca de 975 americanos a deixar o Afeganistão desde 31 de agosto de 2021.
O responsável pela diplomacia norte-americana mencionou também "vários americanos detidos pelos talibãs que os Estados Unidos procuram libertar", sem dar pormenores "a pedido das suas famílias".
As declarações de Blinken foram proferidas perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dominada pelos Republicanos.
Vários membros, incluindo o presidente republicano da comissão, Michael McCaul, denunciaram o "fiasco" da retirada dos EUA do Afeganistão e exigiram que o Departamento de Estado fornecesse documentos confidenciais.
Caso isso não aconteça, a Comissão ameaçou emitir uma intimação para a obtenção dos documentos até segunda-feira à noite.
"Trabalharei incansavelmente até obter respostas, e iremos obtê-las, mesmo que isso signifique subir na cadeia de comando", acentuou McCaul.
No centro da controvérsia está informação diplomática confidencial assinada por diplomatas que desafia a decisão do Presidente, Joe Biden, de ordenar a retirada das tropas americanas do Afeganistão.
O Departamento de Estado recusa-se a libertar a informação em nome da proteção dos canais confidenciais dentro do departamento.
Ao assumir o controlo da Câmara dos Representantes, a oposição republicana a Biden prometeu avançar com investigações sobre a retirada do Afeganistão e sobre as origens da pandemia originada pela covid-19.
A 30 de agosto de 2021, um minuto antes da meia-noite, o último soldado americano voou do aeroporto de Cabul, 24 horas antes do prazo estabelecido pelo presidente americano para a retirada das tropas do país, quando os talibãs tinham recuperado o poder.
A retirada das tropas pôs fim à mais longa intervenção militar americana, que começou em resposta ao ataque de 11 de setembro de 2001.
A operação provocou a morte a mais de 2.400 soldados americanos, segundo os militares norte-americanos.
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