Mais de 400kg de fentanil apreendidos em ação na fronteira sul dos EUA
Mais de 400 quilos de fentanil foram apreendidos na primeira semana da Operação Lótus Azul na fronteira sul dos Estados Unidos, que pretende reduzir a entrada desta droga no país, divulgaram esta quarta-feira as autoridades norte-americanas.
© Getty Images
Mundo Fentanil
Desde o início da operação, em 13 de março, ocorreram 18 apreensões de droga e várias detenções, divulgou o Departamento de Imigração e Serviço de Fiscalização Aduaneira (ICE, na sigla em inglês).
Além do fentanil, as autoridades apreenderam mais de 317 quilos de metanfetamina e 45 quilos de cocaína.
A operação incluiu agentes do ICE, Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) e Investigações de Segurança Interna (HSI, na sigla em inglês), em coordenação com autoridades estatais e locais, destacou o ICE em comunicado.
O secretário de Segurança Interna norte-americano, Alejandro Mayorkas, destacou que o Governo "tem uma estratégia multifacetada para combater o flagelo do fentanil que devasta comunidades em todo o país".
"A Operação Lótus Azul é um esforço especial para conter o fluxo ilegal de fentanil contrabandeado para os Estados Unidos vindo do México e para levar à justiça organizações criminosas perigosas que lucram com a produção, distribuição e venda ilegais dessa substância perigosa", destacou Mayorkas.
A intervenção inclui uma maior fiscalização por agentes do HSI e CBP, mais unidades com caninos e uso de tecnologia na fronteira, segundo o ICE.
"A operação visa abrir processos contra as organizações criminosas transnacionais que operam por trás das redes e facilitadores dessa substância letal", acrescentou este departamento no comunicado.
Esta quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, destacou em declarações perante uma comissão do Senado que o México apreendeu "quantidades recorde" de fentanil e afirmou que os dois países estão a colaborar "muito estreitamente" para combater o tráfico desta droga sintética.
As declarações de Blinken ocorrem num momento de crescente tensão entre o México e os Estados Unidos, que nas últimas semanas se acusaram mutuamente de não fazer o suficiente contra o narcotráfico.
O fentanil, que representava apenas uma pequena fração das mortes por overdose há uma década, é agora a ameaça de drogas mais mortal dos EUA, segundo as autoridades.
Este opiáceo sintético altamente viciante e 50 vezes mais potente que a heroína é a principal causa de mais de 107.000 mortes por overdose nos Estados Unidos, entre julho de 2021 a junho de 2022, segundo dados oficiais.
Barato e relativamente fácil de fabricar, o fentanil superou os opiáceos prescritos e a heroína no mercado ilegal de drogas.
Cerca de 60% dos medicamentos falsificados que contêm fentanil testados pela DEA continham doses desta droga sintética que representavam risco de vida.
Em 2019, o Departamento de Segurança Interna já considerava classificar o fentanil uma arma de destruição em massa, dada a sua "alta toxicidade e a crescente disponibilidade da droga".
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