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Apoio japonês garante alimentos a cantinas escolares cabo-verdianas

O governo japonês formaliza hoje a entrega de alimentos a Cabo Verde, no valor de 243 mil euros, através do Programa Alimentar Mundial (PAM), para reforço das cantinas escolares, anunciou o executivo cabo-verdiano.

Apoio japonês garante alimentos a cantinas escolares cabo-verdianas
Notícias ao Minuto

09:54 - 20/03/23 por Paulo Julião

Mundo Alimentação

De acordo com fonte do governo, esta "ajuda alimentar adicional" do Japão insere-se no programa iniciado pelo gabinete para a África Ocidental do PAM, de assistência às crianças afetadas pela crise nas escolas cabo-verdianas e será entregue diretamente à Fundação Cabo-verdiana de Ação Social e Escola (FICASE), na Praia.

Segundo o governo, o objetivo é "reforçar as cantinas escolares nacionais", acrescentando que este apoio, no valor de 259.259 dólares (243 mil euros) reforçará a "resposta aos desafios ligados a Segurança Alimentar e Nutricional", contribuindo "para o aumento da disponibilidade de refeição quente nas escolas de todo o país".

"Com a crise pandémica da Covid-19, a seca prolongada que assola Cabo Verde e a guerra na Ucrânia, criou-se uma situação muito delicada na economia e na sociedade devido às vulnerabilidades estruturais do arquipélago", admite o executivo cabo-verdiano.

O PAM voltou a Cabo Verde em setembro, 12 anos depois, para financiar com 1,5 milhões de euros o programa nacional de alimentação escolar, que a instituição iniciou em 1979 e que descreve como um dos melhores em África.

"Estamos muito orgulhosos do exemplo que Cabo Verde deu, não apenas na região da África Ocidental, mas francamente, em todo o continente. Um verdadeiro programa nacional de alimentação escolar que alcança todas as crianças que frequentam a escola e um programa de alimentação escolar que está ancorado na legislação nacional. Portanto, que lhe confere sustentabilidade e estrutura", afirmou em 23 de setembro, na Praia, o diretor regional do PAM para a África central e ocidental, Christopher Nikoi.

Em causa está um acordo com aquela agência das Nações Unidas, formalmente assinado naquele dia com o governo cabo-verdiano, em que o PAM se compromete a disponibilizar, durante seis meses, alimentação a 89.715 alunos do pré-escolar, primário e secundário de 788 escolas, através do programa nacional de cantina escolar e durante o período de férias escolares, para mitigar as dificuldades financeiras do Estado, face à crise económica provocada pela Covid-19 e inflacionista decorrente da guerra na Ucrânia.

"Estamos muito satisfeitos em poder ajudar a mobilizar os recursos para garantir que este excelente programa nacional de alimentação escolar, sem dúvida o melhor da África Ocidental, repito o melhor da África Ocidental, possa continuar e até crescer e ser melhor. Estamos muito felizes por podermos ser parceiros nestes tempos difíceis para o povo de Cabo Verde", afirmou ainda o diretor regional do PAM, após assinar o memorando de entendimento para este apoio, avaliado em 1,579 milhões de dólares (1,5 milhões de euros).

O apoio do PAM a este programa terminou há 12 anos, quando Cabo Verde transitou para o grupo de países de rendimento médio, passando a ser totalmente administrado pelo governo cabo-verdiano, tornando-se o primeiro programa nacional de alimentação escolar na África Ocidental, cobrindo atualmente 16% da população do arquipélago e contribuindo "largamente para a elevada taxa de matrículas nas escolas primárias, ao mesmo tempo que proporciona proteção social às famílias mais vulneráveis", segundo o executivo.

"Saímos de Cabo Verde em 2010 por causa do progresso que vocês e o povo de Cabo Verde fizeram. E nós vemos o nosso papel como apenas acompanhar Cabo Verde durante este período difícil", sublinhou Christopher Nikoi, elogiando o exemplo cabo-verdiano no continente em matéria de apoio aos mais vulneráveis.

"Sempre tivemos muito orgulho no que Cabo Verde conseguiu", insistiu, garantindo que foi "sem hesitação" que o PAM respondeu ao pedido de ajuda do governo cabo-verdiano, cujo arquipélago enfrenta ainda as consequências de uma seca prolongada de mais de quatro anos.

As aulas em Cabo Verde arrancaram em setembro passado para 131 mil alunos e 6.500 professores, e sem restrições relacionadas com a pandemia da Covid-19 três anos depois.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de Covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o governo cabo-verdiano baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que depois voltou a rever, mas em alta, acima de 8% e já em dezembro para 10 a 15%.

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