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EUA alertam Honduras que Pequim faz muitas promessas que não cumpre

Os Estados Unidos advertiram esta sexta-feira o Governo das Honduras, liderado por Xiomara Castro, que Pequim faz muitas promessas que não cumpre e pediram à comunidade internacional que "estreite as relações" com Taiwan.

EUA alertam Honduras que Pequim faz muitas promessas que não cumpre
Notícias ao Minuto

07:12 - 18/03/23 por Lusa

Mundo Xiomara Castro

O Governo de Joe Biden reagiu desta forma à decisão da Presidente hondurenha de estabelecer relações diplomáticas com a China em detrimento de Taiwan.

"Dei instruções ao ministro [dos Negócios Estrangeiros] Eduardo Reina para gerir a abertura de relações oficiais com a República Popular da China", anunciou Castro, na terça-feira, na rede social Twitter, sem mencionar o futuro das relações com Taipé.

Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano realçou à agência Efe que o "Governo hondurenho deve estar ciente de que a China faz muitas promessas que depois não são cumpridas".

"Vamos acompanhar de perto os próximos acontecimentos", garantiu.

A mesma fonte destacou a "liderança democrática e tecnológica" de Taiwan, fatores que tornam a ilha "um parceiro de confiança dos Estados Unidos, dos países americanos e do resto do mundo".

"As relações com Taiwan são benéficas em termos económicos e de segurança. Encorajamos todos os países a aprofundar a sua aproximação com Taiwan", frisou o porta-voz da diplomacia norte-americana.

Honduras é um dos únicos 14 países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan e pode seguir os passos dos seus vizinhos Panamá, El Salvador, República Dominicana e Nicarágua, que nos últimos anos romperam com a ilha em favor da República Popular da China.

Os laços entre Tegucigalpa e Taipé datam de 1941, quando o Governo de Taiwan ainda estava sediado no continente chinês.

Castro, que assumiu o cargo no início de 2022, anunciou antes de chegar ao poder a intenção de reconhecer imediatamente Pequim. No entanto, a dirigente pareceu reconsiderar a posição, depois de ter assistido à cerimónia de posse do vice-Presidente taiwanês, William Lai.

A 01 de janeiro, o chefe da diplomacia hondurenha reuniu-se com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Xie Feng, à margem da cerimónia de posse do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Um mês depois Eduardo Reina anunciou negociações com a China para a construção de uma hidroelétrica.

Pequim já tinha financiado outra barragem nas Honduras, no valor de 300 milhões de dólares (280 milhões de euros), inaugurada em 2021 pelo então Presidente Juan Orlando Hernández.

Desde que Tsai Ing-wen assumiu poder em Taipé, em 2016, a China lançou uma campanha para isolar internacionalmente a ilha, tentando fazer passar para o seu lado os aliados diplomáticos de Taipé.

Embora, nos últimos anos, tenha perdido aliados, Taipé também intensificou os intercâmbios oficiais com países como a Lituânia e a Eslováquia, que não reconhecem formalmente Taiwan como um país.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

Taiwan é uma das principais fontes de atrito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de uma possível guerra com a China.

Leia Também: Honduras abandona Taiwan e estabelece relações diplomáticas com Pequim

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