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Dezenas de detidos em novos protestos contra reforma das pensões em Paris

França registou pelo segundo dia consecutivo protestos espontâneos em grandes cidades, contra o projeto de lei que aumenta a idade de reforma de 62 para 64 anos, sendo que em Paris pelo menos 60 manifestantes foram detidos.

Dezenas de detidos em novos protestos contra reforma das pensões em Paris
Notícias ao Minuto

23:48 - 17/03/23 por Lusa

Mundo França

Tal como no dia anterior, milhares de pessoas, muitas destas jovens, manifestaram-se na emblemática Praça da Concórdia (Place de la Concorde, em francês), sem que o evento tenha sido promovido por um partido ou sindicato.

Além de 61 detenções, cinco polícias ficaram feridos nos protestos na capital francesa, noticiou a agência Efe.

Durante a mobilização civil, foi feita uma grande fogueira, onde foram queimadas imagens com o Presidente Emmanuel Macron, que acusam de "virar as costas" à democracia ao aprovar a reforma sem votação da Assembleia Nacional.

O protesto terminou com a intervenção da polícia de choque, que cercou com agentes toda a praça.

Outras cidades, como Toulouse, Bordeaux, Lyon e Estrasburgo também registaram manifestações.

Durante o dia, os trabalhadores de saneamento que fizeram greve também bloquearam uma estação de coleta de lixo que abriga o maior incinerador da Europa, enquanto os estudantes universitários saíram das salas de aula para se juntarem às greves que afetaram diversos setores profissionais.

Na quinta-feira, logo após a aprovação da polémica reforma, as tensões foram ainda maiores, pois as forças de segurança detiveram centenas de manifestantes, a maioria em Paris.

Os protestos resultaram em vários carros e mobiliário urbano incendiados.

Os sindicatos que organizaram greves e marchas contra o aumento da idade de reforma disseram que mais comícios e manifestações estão marcadas para os próximos dias.

Entre os artigos mais polémicos desta nova lei está o aumento da idade da reforma para 64 anos ou 43 anos de descontos, mas também o fim dos regimes especiais existentes para os trabalhadores dos transportes, da energia ou mesmo do Banco de França, assim como a adoção de um contrato especial para promover o emprego de pessoas com mais de 60 anos.

Macron fez das mudanças às leis de reforma a principal prioridade do seu segundo mandato, argumentando que estas alterações são essenciais para tornar a economia francesa mais competitiva e evitar a falência do sistema de segurança social.

Se uma eventual moção de censura ao Governo for aprovada na Assembleia Nacional, a proposta de alteração legislativa fica em causa e o Governo será obrigado a renunciar, o que não acontece desde 1962.

Nesse cenário, Macron pode optar por voltar a indicar a primeira-ministra Elisabeth Borne, que poderá escolher novo Governo.

Contudo, a aliança de partidos do centro liderada por Macron tem a maioria na Assembleia Nacional, tornando difícil a aprovação de uma moção de censura.

Leia Também: Protestos contra alteração à lei da reforma em França aumentam de tom

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