Snowden diz que recebeu treino de espião
O ex-analista informático norte-americano Edward Snowden, que em 2013 revelou programas secretos de espionagem em massa, disse na primeira entrevista a uma televisão dos Estados Unidos que recebeu treino de espião e trabalhou para a CIA no estrangeiro.
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Mundo Escutas
"Fui treinado como espião no sentido tradicional da palavra. Vivi e trabalhei no estrangeiro, encoberto, fingindo que trabalhava em algo que não trabalhava, e inclusivamente foi-me atribuído um nome que não era o meu", disse Snowden à NBC, segundo excertos da entrevista que vai ser transmitida hoje à noite.
Autor da maior filtração de documentos secretos dos últimos anos, Snowden falou da sua experiência profissional para contrariar as tentativas da administração norte-americana de desvalorizar os seus conhecimentos.
"Trabalhei secretamente para a CIA no estrangeiro, trabalhei secretamente para NSA (Agência de Segurança Nacional) no estrangeiro. Trabalhei para as informações militares (DIA) como professor na Academia de contra-espionagem, onde desenvolvi as fontes e os métodos para pôr em segurança as nossas informações e os nossos cidadãos nos pontos mais hostis do planeta", disse o analista, entrevistado em Moscovo, onde está exilado desde agosto.
"Sou um especialista, um perito. Trabalhei a todos os níveis, do mais baixo ao mais alto. Por isso, quando dizem -- o Governo -- que sou um administrador de sistemas de nível inferior que não sabe do que fala, respondo que isso é um pouco enganador", acrescentou.
A NBC emitiu na noite de terça-feira (madrugada de hoje em Lisboa) um excerto da entrevista feita pelo jornalista Brian Williams, anunciando a sua transmissão integral para as 22:00 locais de hoje (03:00 de quinta-feira em Lisboa).
Edward Snowden foi acusado nos Estados Unidos de espionagem e roubo de documentos oficiais.
As suas revelações sobre programas de escutas em massa de cidadãos norte-americanos, países aliados e organizações nacionais e estrangeiras reabriram o debate sobre espionagem, segurança nacional e direito à privacidade e suscitaram tensões político-diplomáticas com vários países.
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