Meteorologia

  • 02 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 10º MÁX 17º

Arménia admite recorrer à ONU para evitar "genocídio" em região disputada

A Arménia referiu esta quinta-feira que pretende recorrer à ONU para evitar um "genocídio" de arménios no enclave de Nagorno-Karabakh, que disputa com o Azerbaijão, e acusou as forças de paz russas de não cumprirem a sua missão.

Arménia admite recorrer à ONU para evitar "genocídio" em região disputada
Notícias ao Minuto

07:19 - 17/03/23 por Lusa

Mundo Azerbaijão

Nos últimos meses do ano passado, ativistas do Azerbaijão bloquearam o corredor Lachin, a única estrada que liga a região montanhosa de Nagorno-Karabakh à Arménia, alegadamente para protestar contra as minas ilegais na região, mas Erevan acusou Baku de querer provocar uma "crise humanitária".

"Os líderes militares e políticos do Azerbaijão estão a planear a limpeza étnica e o genocídio do povo de Nagorno-Karabakh", sublinhou esta quinta-feira o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, durante uma reunião do seu Governo.

"As forças de paz russas são garantias da segurança do povo de Karabakh e, se não podem fornecê-la, devem recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para evitar um genocídio", acrescentou.

Pashinian referiu ainda que deu indicações ao chefe da diplomacia arménia, Ararat Mirzoyan, para que lançasse "mecanismos internacionais para prevenir o genocídio, em particular no âmbito da ONU".

Mirzoyan ficou responsável por "iniciar negociações com o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados [Filippo Grandi] sobre o regresso dos arménios aos territórios de Karabakh ocupados pelo Azerbaijão e regiões vizinhas", indicou o chefe do Governo arménio.

A Rússia respondeu esta quinta-feira à noite, realçando que os seus "capacetes azuis (...) estão a fazer tudo ao seu alcance para evitar a escalada e estabilizar a situação".

"Estão a fazer isso dentro da sua capacidade de ação", sublinhou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

Durante o seu relatório semanal, a porta-voz lembrou que Moscovo está "a tentar" resolver as tensões "diplomaticamente", com "esforços cuidadosos, trabalho titânico visando a implementação de todos os acordos".

A Arménia e o Azerbaijão lutam, desde a dissolução da União Soviética, nos anos 1990, pelo controlo de Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria arménia que se separou do Azerbaijão.

O primeiro conflito provocou mais de 30.000 mortos e terminou com uma vitória arménia, mas o Azerbaijão vingou-se, no outono de 2020, numa segunda guerra que custou a vida a 6.500 pessoas e permitiu a Bacu retomar muitos territórios da região.

No início de 2023, a tensão passou mesmo a tiroteios, que resultaram em pelo menos cinco mortos, mas o Exército russo garantiu que foram as suas forças de manutenção de paz na região que travaram o surto de violência.

O Azerbaijão culpou a Arménia pelo tiroteio na região e garantiu que também provocou baixas no lado azeri.

A UE decidiu, no final de janeiro, enviar uma nova missão civil para a Arménia, durante os próximos dois anos, para tentar estabilizar a situação na fronteira com o Azerbaijão.

Esta quarta-feira, o Azerbaijão acusou a Arménia de ter disparado contra as suas posições na fronteira entre os dois países na região de Nagorno-Karabakh.

A Arménia tem criticado cada vez mais o papel da Rússia, sua aliada tradicional, o que representa um teste para a influência regional de Moscovo, que está concentrado na sua invasão da Ucrânia.

Leia Também: Azerbaijão acusa Arménia de disparar contra as suas tropas na fronteira

Recomendados para si

;
Campo obrigatório