O ataque teve lugar por volta das 13h00 locais (12h00 TMG) na cidade de Loulou Fou, uma pequena ilha a cerca de 60 quilómetros da fronteira nigeriana, explicaram fontes militares citadas pela agência Efe.
"As nossas forças que patrulham a ilha foram atacadas de surpresa por assaltantes disfarçados de pescadores nas suas canoas", afirmou por telefone o coronel Adam Nour, comandante-chefe de operações do exército na zona.
Segundo Nour, "os militares pensavam que eram pescadores, mas como a sua reação também foi imediata conseguiram neutralizar oito dos cerca de 12 terroristas que lideravam o assalto".
"Infelizmente, perdemos cinco dos nossos homens", acrescentou, observando que o exército conseguiu repelir os atacantes após mais de uma hora de confrontos.
Durante anos, o Lago Chade, uma área de mais de 25.000 quilómetros quadrados de pântanos, água e dezenas de ilhas partilhadas pela Nigéria, Níger, Camarões e Chade, tem sido um paraíso ideal para o grupo terrorista nigeriano Boko Haram e seus dissidentes, do Estado Islâmico na província da África Ocidental (ISWAP).
Ambos os grupos procuram impor um Estado de estilo islâmico na Nigéria, país que é predominantemente muçulmano no norte e predominantemente cristão no sul.
O recrudescimento dos ataques terroristas na região chadiana está a dificultar o comércio, a agricultura e a pesca na região.
"Devido à insegurança, o nosso povo está a passar fome. É difícil cultivar, não podemos ir pescar ou vender os nossos produtos noutros mercados. Não sabemos o que fazer", disse Allafouza Gonii, chefe da aldeia afetada pelo ataque.
Os grupos Boko Haram e ISWAP já mataram mais de 35.000 pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do Governo e das Nações Unidas.
Leia Também: Pelo menos 24 mortos em confrontos entre pastores e agricultores no Chade